
Foto: George Gianni/PSDB
Recife (PE) – O PSDB de Pernambuco realiza ato festivo na sexta-feira (02/10), às 11 horas, em sua sede, para receber o ex-prefeito do Recife e ex-governador do Estado Joaquim Francisco.
O ex-deputado federal, que também ocupou cargo de ministro, diz que se sente em um “ambiente de amigos”, num território que conhece e, principalmente, num partido cujos programas tem forte identificação.
Joaquim Francisco já dialoga com o PSDB desde 1986, quando recebeu convite do ex-governador Mário Covas (1930-2001) para se filiar à sigla. À época, o partido ainda estava se formando. Joaquim lembra que votou em todos os candidatos tucanos nas últimas eleições presidenciais: Fernando Henrique, José Serra, Geraldo Alckmin e Aécio Neves.
O pernambucano foi relator da Lei de Responsabilidade Fiscal, uma grande bandeira do PSDB, criada no governo do então presidente Fernando Henrique, há 15 anos. Participou ainda da criação das agências reguladoras e foi vice-presidente da comissão de Resíduos Sólidos. Atualmente sem mandato, Joaquim tem aproveitado bem os espaço de debates que conquistou ao longo da vida pública. Além de protagonizar um programa na rádio CBN Recife – “O Brasil e o Mundo” – participa frequentemente de palestras e conferências sobre o país.
“Sou amante do contraditório. Não se constrói nada duradouro sem o contraditório, sem uma oposição vigorosa. Fui governador com Eduardo Campos (1965-2014) líder da oposição, depois com Humberto Costa, e nada disso impediu que tivéssemos uma boa convivência. Faz parte do processo democrático. Agora tem gente que é meio stalinista, não gosta de contraditório. Quem chega aonde eu cheguei, disputando 9 eleições, tem o dever de procurar uma pedagogia para transmitir o que fez. Eu tenho muito foco no futuro e venho o debatendo semanalmente. É uma maneira de retribuir o que recebi do povo”, conta.
Embora foque na conjuntura futura do país, Joaquim Francisco também é um observador atento da cena política atual. Sobre o momento de crise pelo qual passa o Brasil, avalia que houve “uma falha gigantesca do governo Dilma do ponto de vista da responsabilidade com o país”, mas também do ponto de vista “legal e moral”.
“Há quase nove meses o governo dizia que as contas estavam em dia, que os programas estavam sendo tocados, que a inflação estava sob controle e, de repente, se envia um orçamento com um déficit de quase 40 bilhões, sem compromisso de manter o superavit primário! O que houve? E pior: o instituto de estudos do PT, o Perseu Abramo, diz que não tem nada errado. Errado está a política de (Joaquim) Levy. Não posso acreditar que se admita que não há crise, de que o caminho para a crise é o de Mantega! Claro que as políticas sociais do governo são valiosas, ninguém está contestando. O que se contesta é a capacidade financeira da União. Esta crise está tendo vida própria. Já fugiu ao controle do governo e, de certa maneira, do Congresso”.