O pré-candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra, disse esta segunda-feira que é possível um aumento de 3% ao ano nos gastos públicos do governo federal sem qualquer aumento da carga tributária. O tucano foi o primeiro pré-candidato à Presidência a falar na série de entrevistas promovida pela TV por assinatura Globonews.
Serra disse a jornalista Miriam Leitão que a maior prioridade de sua gestão seria os gastos na área social, ou seja, com a áreas de segurança pública, da saúde e da educação.
Na área de segurança, o senador afirmou que a impunidade e o desenvolvimento da tecnologia foram os principais responsáveis pelo crescimento da violência no Brasil. ¥Não é só a questão social a responsável por este crescimento¥, disse.
O ex-ministro da Saúde admitiu que o ministério teve responsabilidade sobre o aumento da epidemia da dengue no país, mas criticou a ação dos Estados e municípios na área.
O tucano citou o Estado do Rio de Janeiro [do adversário Garotinho, pré-candidato do PSB à Presidência] como exemplo de falta de controle da epidemia. ¥O Estado do Rio de Janeiro abdicou do controle da doença¥. disse.
Na área da educação, o candidato disse que se eleito investiria na melhoria da qualidade do ensino. O tucano descartou a possibilidade de um futuro governo do PSDB defender a privatização das universidades.
¥Não há compensação financeira na privatização do ensino superior. É necessário aumentar gradualmente os gastos e engajar a universidade nos problemas nacionais¥, disse.
Durante a entrevista, Serra defendeu um maior controle do governo sobre o preço da gasolina. De acordo com ele, esse controle se justifica porque a Petrobras ainda monopoliza o setor. Apenas neste ano, foi liberada a importação de combustíveis, mas apenas um embarque de combustível chegou ao Brasil.
Serra afirmou que, apenas se houvesse concorrência de fato, o preço dos combustíveis deveriam variar de acordo com as oscilações do mercado internacional, como acontece hoje.
Segundo ele, se houvesse concorrência no setor o preço da gasolina seria menor. Ele diz que não faz sentido o repasse integral nos preços já que a Petrobras tem mais de 80% desse mercado.