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Juiz da Lava Jato condena interferência política nas investigações do Petrolão

Sergio-MoroO juiz federal Sérgio Moro, que conduz todas as ações da Operação Lava Jato, classificou de “indevida interferência política” a estratégia de empreiteiras do cartel que agia na Petrobrás de buscar apoio do governo, via Ministério da Justiça.

No mesmo despacho em que decretou nova ordem de prisão preventiva de quatro executivos – Ricardo Pessoa, da UTC Engenharia, e Eduardo Leite, Dalton dos Santos Avancini e João Ricardo Auler, estes últimos da Camargo Corrêa – o juiz chamou de “intolerável que emissários dos dirigentes presos e das empreiteiras pretendam discutir o processo judicial e as decisões judiciais com autoridades políticas”.

O juiz se refere ao episódio do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, que admitiu ter recebido em audiência advogados da Odebrecht para tratar da Lava Jato. O ministro reconheceu também um encontro com um advogado da UTC em seu gabinete, mas o tratou como fortuito e disse que os processos que tramitam em Curitiba não foram abordados na conversa.

O juiz citou o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal Joaquim Barbosa, que, pelas redes sociais, defendeu durante o feriado de carnaval a demissão doministrodaJustiça.Moroendossoua tesedeBarbosasegundo a qual defensores que recorrem à política pretendem, na verdade, corromper a Justiça.

* Reportagem na íntegra no jornal O Estado de S. Paulo desta quinta (19)

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