Brasília (DF) – Em negociação com a Procuradoria-Geral da República para fechar acordo de delação premiada, o ex-presidente da Andrade Gutierrez Otávio Azevedo afirmou que poderá implicar dois assessores próximos da presidente Dilma Rousseff no esquema investigado pela Operação Lava Jato: Giles Azevedo, ex-chefe de gabinete e atual assessor especial, e o ministro da Comunicação Social Edinho Silva.
A informação foi divulgada pelo portal da revista Veja. Segundo Otávio Azevedo, os dois auxiliares de Dilma teriam pressionado a empreiteira a repassar mais dinheiro para a campanha à reeleição da petista. Edinho Silva, então tesoureiro da campanha de 2014, e Giles teriam pressionado por mais recursos, alertando que se a Andrade Gutierrez não se engajasse mais efetivamente, seus negócios com o governo e estatais estariam em risco.
De acordo com a Veja, os petistas reclamavam que a empreiteira apoiava outras candidaturas à presidência da República, embora fosse detentora de grandes contratos com o governo. Interpretando a queixa como uma ameaça, a Andrade Gutierrez doou, entre agosto e outubro de 2014, R$ 20 milhões ao comitê de campanha de Dilma Rousseff.
Edinho Silva também é investigado no Supremo Tribunal Federal (STF) por suspeita de participação no esquema da Lava Jato. Em depoimento, o dono da UTC, Ricardo Pessoa, também disse aos procuradores que foi pressionado pelo atual ministro a aumentar suas doações ao comitê petista. Edinho nega as acusações.