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Lava Jato identifica 44 contratos milionários de empresas com consultoria de Palocci

transferirBrasília (DF) – A Operação Lava Jato encontrou 44 contratos milionários de consultorias com grandes empresas que atuam nos mais variados setores do país firmados com a Projeto, empresa do ex-ministro Antonio Palocci. Chamou a atenção da Polícia Federal (PF) o fato de que a empresa do petista registrou, nos últimos anos, uma folha de pagamento com apenas oito funcionários em 2013, que foi reduzida para cinco neste ano, o que é incompatível com a movimentação financeira da companhia. As informações são de reportagem do jornal O Estado de S. Paulo desta quinta-feira (27).

Além do quadro reduzido de funcionários, os investigadores também se surpreenderam com o fato de a Projeto ter feito contratos de consultoria com empresas dos mais variados ramos – da indústria alimentícia a uma empresa de assistência médica e bancos – e de não terem sido localizados comprovantes da prestação de serviços de todos estes contratos.

Para o deputado federal Domingos Sávio (PSDB-MG), as novas suspeitas contra Palocci refletem a grandiosidade da organização criminosa montada dentro do governo do PT. Segundo o tucano, as irregularidades reforçam ainda mais a importância da continuidade das investigações da Lava Jato.

“É a indústria do crime, o exercício do tráfico de influência. A organização criminosa do PT é algo sofisticado que nós não podemos descansar enquanto não desmontarmos toda essa rede de corrupção. Além de operar dentro do governo, eles utilizavam essas estruturas todas, como a Projeto. Essa é a realidade, temos que tratar de continuar a investigação não só para desmascará-los, mas para que o país volte à normalidade e isso não ocorra mais”, defendeu.

A PF investiga a empresa por suspeita de que ela teria sido utilizada para lavar dinheiro de propina da Odebrecht para Palocci e para o PT. Segundo a Lava Jato, ele atuava como intermediador dos interesses da empreiteira nos governos petistas e teria recebido R$ 128 milhões do “departamento de propinas” da Odebrecht.

Ainda de acordo com a reportagem, a Projeto mantinha em seu quadro de funcionários um administrador, com salário de R$ 8,3 mil; uma assistente administrativa (R$ 7,1 mil); uma funcionária autônoma (R$ 3 mil); e dois motoristas (R$ 4,6 mil e R$ 3,2 mil). Constam ainda como sócios o ex-ministro e seu sobrinho André Palocci, ambos com salários de R$ 3 mil.

Neste ano, a empresa teve R$ 30 milhões em suas contas bloqueados e foi alvo de buscas da 35ª fase da Lava Jato, a Omertà. O ex-ministro foi preso em setembro.

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