Ao PT só restou retroceder à sua retórica sectária, raivosa, demagógica e populista, enquanto o brasileiro mostra-se farto de radicalismos de lado a lado
A reação do PT à confirmação da condenação de Luiz Inácio Lula da Silva à cadeia foi a esperada. O partido que sempre se notabilizou por comportar-se “contra tudo o que está aí” joga todas as suas fichas numa escalada de radicalização como boia de salvação política. Prega, contudo, apenas para seus convertidos.
O PT é hoje muito mais uma seita do que um partido político. Claro que não abriu mão de suas pretensões eleitorais de curto prazo, mas movimenta-se muito mais para assegurar papel de relevância num enredo histórico de horizonte mais longo que tenta forjar do que propriamente para retomar o poder de imediato.
Muito mais que cativar, o PT vocifera. Daí as reiteradas ameaças lançadas a cada revés que a Justiça lhe impõe. A bola da vez é a desobediência à decisão da 8ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região que, na quarta-feira, condenou Lula a 12 anos e um mês de prisão. A provocação partiu , ontem mesmo, de ninguém menos que o próprio condenado, foi replicado pelos seus sectários de sempre e transposto para resolução oficial do PT.
Para infelicidade dos petistas, a cada conclamação de seus líderes – se é que ainda podem ser chamados assim – segue-se o burburinho de sempre, que parte apenas dos mesmos radicais e dos mesmos engajados de computador de sempre. A grande massa não lhes responde mais. A realidade é que o brasileiro se cansou desse clima de guerra que o PT insiste em tentar conflagrar em permanente estado de tensão e ódio.
Mas dificilmente o PT cumprirá script diferente até as eleições de outubro. Depois de ver-se apeado do poder, a retórica do partido voltou a ser sectária, raivosa, demagógica e populista. O radicalismo é o espaço que restou aos petistas, fatia felizmente cada vez mais diminuta na sociedade brasileira.
Parece claro que é no caminho do centro, do equilíbrio e da responsabilidade que tende a estar a trilha que o país precisa seguir para recuperar-se desse cancro que durante mais de uma década contaminou a política brasileira e implodiu as condições de vida dos brasileiros.
As pessoas querem emprego, querem tranquilidade, querem segurança, querem perspectivas e oportunidades para poder voltar a sonhar. As bravatas de palanque não lhes interessam, como fica claro a cada exortação lançada no vazio pelos radicais de lado a lado. Na temperança e na razão está a sabedoria e, quiçá, a solução.
Interessa aos brasileiros um governo que funcione. Que lhes ajude a resolver seus muitos e crescentes problemas cotidianos. Roga-se um Estado que se dedique ao que a nação cobra: devolver aos cidadãos, em especial os mais desvalidos, aquilo que lhes extrai gulosamente todos os dias. O brasileiro está farto de ideologia, quer distância de radicalismos. Mas ao PT só sobrou isso.