Brasília (DF) – O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva estendeu sua teia de influência até a Brasilprev, empresa de previdência ligada ao Banco do Brasil, para indicar o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, a uma vaga no conselho fiscal da companhia. Okamotto recebe um jeton (gratificação), de R$ 6,4 mil por mês para emitir sua opinião acerca das operações financeiras da empresa. As informações são da coluna Expresso, do jornalista Murilo Ramos, no portal da revista Época.
Para o deputado federal Nilson Leitão (PSDB-MT), a indicação do presidente do Instituto Lula pelo petista é um sinal evidente do tráfico de influência que permeia as relações entre Lula e seus apadrinhados.
“Não tenha dúvida [da interferência]. O Instituto dele é uma coisa totalmente pessoal, independente do objetivo do Instituto, seja filantrópico – o que não é pois, na verdade, ele cobra para fazer qualquer palestra. O Instituto é utilizado para manter a vida do Lula e de seus pares. A partir daí, ele colocar o presidente do Instituto dele no conselho em uma área tão importante, e ainda ser remunerado, é claro que é para colocar ele para usufruir da sua influência, do que o Lula decide para transformar isso em contratos, em negócios, transformar nos crimes que todos nós estamos assistindo hoje pela televisão”, afirmou.
O parlamentar destacou que a cúpula petista perdeu o medo de se assumir como um governo intervencionista e procura se enraizar em todas as grandes instituições do Estado, de forma a controlá-las. “Eles não têm medo. Perderam todo o pudor e todo o medo de serem pegos. É impressionante como eles estão enraizados em todos os lugares do Estado brasileiro para fazer corrupção, para sugar o dinheiro público”, avaliou.
Nilson Leitão criticou ainda a postura do ex-presidente Lula de se colocar como vítima de investigações como a da Operação Lava Jato, ao invés de dar explicações convincentes. Para o tucano, é inconcebível que uma figura pública que deve satisfações à sociedade queira se colocar novamente como candidato à Presidência da República.
“Se o brasileiro ou nós, da oposição, estivermos esperando dele um sentimento ou pelo menos um posicionamento ético, moral, é perder tempo. O ex-presidente Lula é o rei dos caras de pau que existem no país. Ele, com certeza absoluta, não se importa com tudo o que está sendo flagrado, com marqueteiro, com tesoureiro, com presidente do partido, com a família dele. Ele não se importa. Ele acha que, sendo candidato, se sobrepõe e passa por cima de tudo isso”, completou o deputado.