A questão do combate ao crack mobilizou parlamentares pernambucanos, na Câmara de Vereadores do Recife, ontem à tarde, consternados com este problema que anda afligindo o país, o estado e a cidade pernambucana. De acordo com o vereador Luiz Eustáquio (PT), que defende, inclusive, a internação compulsória dos viciados, a exemplo do Rio de Janeiro e São Paulo, apenas 7% de toda a verba destinada para o combate às drogas foi solicitada pelos estados e municípios. Desta forma, o vereador ressalta que o Estado precisa intervir e a Câmara precisa continuar firme no combate e unidos defendendo a participação de todos.
Para a líder da Oposição, a vereadora Aline Mariano (PSDB), o crack já é uma epidemia nacional que as autoridades demoraram a enxergar como um problema e, com isso, esta questão passou a ser um desafio. “Fizemos relatórios sobre o trabalho feito em outras cidades visitadas pela Frente de Combate ao Crack para subsidiar o então prefeito, mas nada saiu do papel”, frisou a tucana.
Em 2010, foi aprovada uma emenda no orçamento criando a Comunidade Terapêutica Municipal de Tratamento do Usuário de Crack, ligada à Secretaria da Saúde, que até hoje não foi implantada. Em 2011, foi aprovada também uma emenda que implantaria o Centro Municipal de Políticas Públicas sobre Álcool e Drogas, vetada por João da Costa. Por isto, a líder da Oposição afirma que na gestão passada a Frente Parlamentar de Combate ao Crack fez propostas que a prefeitura não tirou do papel. “Os albergues terapêuticos não foram criados e sem vontade política nada se resolve”, declarou a vereadora.
Muitos vereadores da Casa José Mariano destacaram a importância de uma secretaria na luta contra o crack. Para ampliar esta discussão, está sendo agendada uma audiência pública, a ser realizada no dia 21 deste mês, para debater o assunto com a sociedade, no plenarinho da Câmara.