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Manifestações se dividirão entre os que sabiam que ‘isso não ia dar certo’ e os que se sentem enganados’, aposta Bruno Araújo

16690231946_4b667e6575_kRecife (PE) – Em entrevista à Veja.com, o líder da Oposição na Câmara dos Deputados, Bruno Araújo (PSDB-PE), acredita que as manifestações populares, previstas para este domingo (15/03), devem contar com a participação de milhões de brasileiros que se dividirão entre os que apostaram que o governo Dilma (PT) não iria dar certo e os que se sentem enganados pela petistas, dadas as promessas assumidas por ela na campanha presidencial do ano passado.

A expectativa para as manifestações do dia 15 é de que haja milhões de brasileiros que farão algo de forma pacífica para dizer que metade do Brasil disse que isso não ia dar certo, enquanto outra metade dirá que foi enganada. Há uma convergência de brasileiros que achavam que podia acontecer isso e de outros que assumem que foram enganados. É uma sinalização formal da sociedade brasileira para suas autoridades, para a presidente Dilma e, sobretudo, para a comunidade internacional de que a população não está satisfeita com a forma como foi lesada e trapaceada na última eleição.

Veja abaixo, alguns trechos da entrevista:

– A presidente Dilma assumiu o primeiro mandato com o apoio de uma força popular muito grande do ex-presidente Lula e leva um ano deteriorando a relação com o Congresso. No segundo ano, ela começou a receber as primeiras derrotas e isso começou a ficar sistemátio. Seu segundo governo já começou com uma grande contestação à relação política que ela estabeleceu com o Congresso. O Legislativo é praticamente formado por brasileiros de classe média que percebem hoje o desgaste de uma presidente que fez um discurso eleitoral sobre o que seria seu governo e no dia seguinte desconstruiu tudo que havia dito.

– O maior erro da presidente Dilma foi ter aceitado ser candidata novamente a qualquer custo. Foi ter aceitado uma reeleição ao custo de desestabilizar a economia. Foi não ter imposto limites éticos e morais ao seu partido do que poder ou não fazer numa eleição. Foi decidir quebrar a fazenda pública para viabilizar uma eleição. A presidente tem de fazer uma avaliação se valeu o preço da sua reeleição. Até que ponto vale ganhar uma eleição com o tamanho das dificuldades em que ela deixou o país. Nós temos 45 meses pela frente. Ela tem de fazer a conta se vale levar o país por esse período sob esse ambiente econômico, sem ela exercer uma liderança de forma plena. Essa é uma reflexão que ela tem de fazer: até que ponto ela estar fazendo bem ao país.

– As instituições republicanas existem, entre outras coisas, para defender o poder legítimo. Mas também existem para apurar. Há uma CPI em andamento, denúncias do Ministério Público sobre atos da maior corrupção da história contemporânea do planeta. Impeachment é um procedimento constitucional previsto, que deve ser instalado se houver elementos. Ninguém tem de ter receio de tratar sobre isso, até porque o país já tomou esse procedimento e saiu firme e inteiro disso.

Por que essa CPI da Petrobras pode dar certo? Primeiro, porque o PT não manda nela. Isso é o mais importante. Segundo, porque a última vez que uma CPI entregou algo producente ao país foi quando teve sub-relatorias. E Hugo Mota (presidente da CPI) permitiu a criação de 4 sub-relatorias que vão dividir as investigações, ou seja, tirar do PT a forma soberana de relatar. Estou muito confiante de que essa CPI possa oferecer um resultado ao país e mostrar como o PT conseguiu fazer algo que ninguém conseguiu na história do planeta: praticamente quebrar uma empresa de petróleo.

Eu acho que a Petrobras, pela simbologia de patrimônio nacional, se bem gerida, pode gerar ativos para financiar a educação brasileira, para contribuir com parte do custeio da saúde. Se a Petrobras tem números que permitem esses assaltos que o PT permitiu a uma empresa como essa, se bem gerida ela pode ser sempre uma poupança do estado brasileiro para momentos difíceis.

– O Congresso Nacional deu um sinal de que não tem nada a ver com o PT nem com a Dilma quando votou nossa moção em repúdio ao que acontece na Venezuela. A presidente da República faz um esforço diplomático para salvar um brasileiro da morte, na Indonésia, condenado por tráfico, e ignora qualquer relação de direitos humanos e preservação da democracia na Venezuela. O governo do PT é isso.

O Congresso era praticamente um órgão homologatório das coisas do governo. No momento temos uma crise econômica, e mais grave, não temos liderança política porque temos uma presidente inventada pelo Lula e enlatada pelo João Santana. Na hora que a crise vem, e não se tem um líder para pilotá-la, possibilita que na relação de confronto o Congresso tenha tomado medidas contra o governo. O Congresso tem mostrado sua força pela representação popular e isso o aproxima da opinião pública. Agora nós temos uma pauta de construção de coisas que não dependem da visão ideológica, distorcida, autoritária e centralizadora do PT.

* Íntegra da entrevista assista clicando AQUI
** Da Assessoria PSDB-PE

 

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