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Marcada por falhas, ferrovia Norte-Sul oferece riscos antes mesmo da conclusão

Brasília – Marcada pelas falhas na elaboração e na execução do projeto e pelos desvios de recursos públicos, a ferrovia Norte-Sul já oferece riscos. O Tribunal de Contas da União (TCU) apontou perigo de descarrilamento em curvas muito acentuadas, conforme mostrou o jornal “O Globo”. Não é a primeira vez que o TCU aponta fraudes e superfaturamento na obra. Com tantas irregularidades, a previsão de conclusão do empreendimento vai ficando cada vez mais distante.

O deputado César Colnago (ES) considera lamentável a quantidade de problemas encontrados em obras do governo petista. “Além de serem obras de longa duração de construção, notamos que não há rigor técnico na avaliação da fase de projeto”, ressaltou o tucano nesta quinta-feira (7).

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O parlamentar criticou a falta de avaliação técnica na hora da elaboração do projeto. Por isso, Colnago acredita que há tantas falhas nos empreendimentos. “É um total desvirtuamento de um rigor técnico. Além disso, o dinheiro público acaba não sendo bem empregado”, disse.

Mesmo acostumados a apontar superfaturamento nas obras, os ministros do TCU ficaram surpresos com as novos pontos detectados por auditorias. A estatal Valec Engenharia, responsável pela obra de 3,1 mil quilômetros, construiu trechos tão curvos que o trem pode sair dos trilhos “caso atravesse a curva em velocidades muito reduzidas ou até mesmo pare nesse segmento”.

Diante da gravidade dos problemas, os ministros do tribunal determinaram também que a Valec apure responsabilidades das empreiteiras contratadas. Os ministros do tribunal apontaram em três acórdãos a “gestão temerária” e o “controle deficiente” da qualidade da ferrovia, antes mesmo de começar a funcionar.

Segundo Colnago, a Valec deveria acompanhar os projetos das empreiteiras para evitar mais atraso e prejuízo. “O que a Valec fez? Qual foi a sua função? Ela tem a obrigação de monitorar e avaliar”, apontou. De acordo com ele, a Valec deve ser responsabilizada pela má condução, pois é dinheiro público que está indo para o ralo.

Desde a retomada da ferrovia, em 2007, após quase duas décadas de total abandono, a União gastou R$ 6 bilhões, que foram insuficientes para tirar o projeto do papel.

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