PSDB – PE

Marqueteiros do PT operaram para Chávez na Venezuela

A ligação entre o PT e governos bolivarianos ultrapassou a questão ideológica e chegou também às práticas corruptas. O jornal O Estado de S. Paulo desta sexta-feira (4) afirma que o Ministério Público da Venezuela enviou dois procuradores ao Brasil para ouvir o marqueteiro do PT João Santana e sua mulher, Mônica Moura, para obter informações sobre denúncias de que funcionários chavistas receberam subornos da construtora Odebrecht.

Em março, Mônica confirmou à Procuradoria-Geral da República (PGR) que ela e seu marido receberam US$ 11 milhões em dinheiro vivo para montar a campanha de Hugo Chávez à Presidência em 2012.

De acordo com a reportagem, os procuradores buscaram mais elementos para investigar essa e outras informações passadas pelo casal de marqueteiros em acordo com a PGR.

Em sua delação, Mônica afirmou que a quantia da campanha do líder bolivariano, morto em 2013, foi entregue pelo atual presidente venezuelano, Nicolás Maduro, que, na época, era chanceler.

Segundo ela, Maduro “exigiu que a maior parte dos pagamentos referentes à campanha de reeleição fosse feita com recursos não declarados”, sendo que estes pagamentos seriam feitos pela Odebrecht e pela Andrade Gutiérrez. Ela também informou que outros US$ 15 milhões que haviam sido acertados com o atual presidente venezuelano jamais foram pagos.

Na avaliação do deputado federal Betinho Gomes (PSDB-PE), as denúncias mostram que o esquema de corrupção promovido pelo PT nas gestões dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff se alastrou para nações ideologicamente aliadas.

“Existia um esquema de poder voltado exatamente para influenciar a política na América do Sul. Evidente que esse tipo de ação política promovida pelo PT em última instância também ajudou a dar forças para esse tipo de líder político, como é o caso do Maduro. Fez isso com o Chávez e mantém apoio a uma ditadura que se instala na Venezuela. Esse esquema que o PT alimentou no Brasil, à medida que alastrou pela América Latina, tem uma responsabilidade direta e precisa ser condenada de várias formas, inclusive investigado profundamente”, explicou.

O parlamentar também comentou o apoio dos petistas a regimes ditatoriais, como ocorre na Venezuela, sob o comando do líder Nicolás Maduro. “O PT estabeleceu esse tipo de condução de maneira equivocada e está aí a situação da Venezuela, como estamos constatando. Uma crise não só política, mas humanitária de um ditador que se instalou e está usando todos os meios para controlar as instituições, seja o parlamento, seja o judiciário, e agora atacando sua própria população”, completou.

Segundo a reportagem, a viagem dos promotores, que foi preparada em absoluto sigilo para evitar que seus passaportes fossem anulados como já ocorreu com um funcionário de alto escalão da Procuradoria semanas atrás, também busca obter provas que ajudem a investigar as atividades da Odebrecht na Venezuela e evitar que elas caiam nas mãos do governo Maduro, como aparentemente já aconteceu.

Em um acordo feito com o Departamento de Justiça dos Estados Unidos, a empreiteira revelou ter pago centenas de milhões de dólares em propinas em diversos países onde atua ou atuou. Na Venezuela, a empreiteira confessou ter pago cerca de US$ 98 milhões a funcionários de governos em troca de obras públicas. Os contratos envolvem estruturas feitas tanto por governantes chavistas quanto em áreas governadas pela oposição.

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