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Ministérios pagam R$ 781 milhões de aluguel

Do jornal O Globo – A peso de ouro, órgãos e empresas estatais funcionam em sedes alugadas, dando ares de repartição pública a refinados prédios comerciais de Brasília. A despesa total do governo com locação de imóveis é quase bilionária: no ano passado, 27 ministérios desembolsaram R$ 781,4 milhões no Brasil e no exterior – valor que sobe para R$ 889,2 milhões, se forem consideradas as taxas de condomínio. Dentro do próprio governo, há quem pense que a conta poderia ser bem menor.

É o que a Fundação Cultural Palmares deixou claro no início deste mês. Vinculada ao Ministério da Cultura, a Palmares mudou de endereço para reduzir em R$ 1,7 milhão o gasto anual com aluguel. A fundação pagava R$ 392 mil mensais, mais condomínio de R$ 38 mil, para ocupar dois andares do Centro Empresarial Parque Cidade Corporate, na região central de Brasília. Sua nova sede sairá por R$ 250 mil ao mês (condomínio de R$ 35 mil).

Formado por três edifícios de 12 andares, o Parque Cidade têm dez órgãos e empresas públicas entre seus inquilinos. O Ministério da Cultura (Minc) é um deles: por R$ 1,17 milhão ao mês, ocupa seis andares, onde funcionam três secretarias. O condomínio custa R$ 124,5 mil, o que eleva o gasto anual para R$ 15,6 milhões. Ao contrário da Palmares, o Minc permanece no local.

– Passamos o ano inteiro debruçados sobre como sair dali. Por que você acha que eu estou ficando de cabelo branco? É esse tempinho de Fundação Palmares – disse em janeiro o então presidente da fundação, Elói Ferreira de Araújo, cuja demissão foi anunciada semanas depois pela ministra Marta Suplicy e só falta ser oficializada.

Elói foi ministro da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir) no governo Lula e assumiu a presidência da Palmares em março de 2011. Na época, a entidade ocupava outra sede – alugada por R$ 128 mil mensais – e mudou-se para o Parque Cidade, onde veio a pagar o triplo do valor, juntamente com o Ministério da Cultura.

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