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Modelo baseado em tributação elevada e baixo investimento está esgotado, avalia Pestana

Para o tucano, combinação gera problemas graves como o crescimento pífio e a alta inflação

Brasília – O deputado Marcus Pestana (MG) considera que o modelo econômico adotado pela gestão do PT está esgotado. Em 2012, o governo federal arrecadou mais de R$ 1 trilhão em impostos. Apesar do novo recorde, os gastos com a máquina pública são crescentes e os investimentos limitados. Para o tucano, a combinação de tributação elevada e baixo investimento geram problemas graves como o crescimento pífio, a inflação alta e a desconfiança dos investidores.

“Esse modelo, que já completa dez anos, tem alguns méritos, mas está levando o país a crescer a passos de tartaruga. Há evidências de que esse modelo se esgotou e nós precisamos de alternativas”, afirmou nesta segunda-feira (28).

Apesar da arrecadação recorde, os gastos com a máquina pública são superiores ao total arrecadado, como destaca Pestana. “O grande problema da economia brasileira tem sido o baixo crescimento. Isso se deve principalmente à baixa taxa de investimento. O setor público não consegue investir porque os gastos com a máquina vão só crescendo, sobra pouco dinheiro para as rodovias, os hospitais, as hidrelétricas, as estradas, os portos e os aeroportos”, ressaltou.

O governo tinha autorização para investir R$ 115 bilhões no ano passado, mas o valor efetivamente desembolsado foi inferior a R$ 50 bilhões. Sem investimentos, o PIB cresceu apenas 1% e os preços subiram, conforme apontou Pestana. A inflação está acima do centro da meta oficial, de 4,5%. O deputado afirmou que o governo contribuiu para aumentar a inflação e as importações ao estimular o consumo em uma economia com restrições na produção.

Na avaliação do parlamentar, que é economista, o cenário não atrai investimentos dos empresários. O tucano disse que o governo federal deveria investir em Parcerias Público-Privadas. “É preciso um modelo alternativo, que não só melhore o perfil de investimento do setor público, mas também chame o capital privado para tapar as lacunas onde não há dinheiro público suficiente para responder às necessidades da sociedade”, destacou.

Arrecadação recorde
Em 2012, o governo federal arrecadou mais de 1 trilhão de reais em impostos. Os gastos são superiores ao total arrecadado. São despesas com o custeio da máquina pública, os salários de servidores, as aposentadorias e benefícios previdenciários, o Bolsa Família, os investimentos em educação e saúde, as Forças Armadas e os juros da dívida. Na verdade, existe um déficit nas contas governamentais.

Economista próximo ao Planalto, Luiz Gonzaga Belluzzo, que deu aulas à presidente Dilma Rousseff na Unicamp, faz uma análise semelhante. “O efeito do consumo sobre o crescimento se esgotou por causa do endividamento das famílias e do risco de crédito que se acumulou nos bancos”, disse à revista “Veja”.

Para o economista Mário Torós, sócio da Ibiúna Investimentos e ex-diretor do BC, as ações do governo são pautadas pelo improviso. “Falta um arcabouço mais sólido para incentivar a produtividade”, afirmou à “Veja”. “Os investimentos dependem da confiança dos empresários nas perspectivas para o país. No atual cenário, é difícil imaginar que o Brasil possa crescer, a longo prazo, a um ritmo superior a 3,5%. Deveremos conviver por algum tempo com uma taxa de expansão do PIB abaixo da ideal e uma taxa de inflação acima da ideal”.

Do Portal do PSDB na Câmara

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