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MPF investiga repasse de US$ 80 milhões da JBS para Lula e Dilma

Foto.: Beto Barata/ AE

 

Brasília (DF) – A Procuradoria da República do Distrito Federal abriu inquérito nesta segunda-feira (5) para investigar o suposto repasse de US$ 80 milhões do Grupo J&F para abastecer as campanhas dos ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff. O empresário Joesley Batista, da JBS, revelou, em delação premiada, que os petistas tinham conhecimento das contas no exterior abertas para receber dinheiro. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo desta terça (6).

O procedimento foi instaurado após o ministro do relator da Operação Lava Jato, Edson Fachin, ter desmembrado o processo por ter entendido que o caso está relacionado com a Operação Bullish, que investiga irregularidades em empréstimos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) com a JBS. Lula e Dilma, por não ocuparem cargos públicos atualmente, não têm direito à prerrogativa de foro privilegiado.

Na delação, Joesley afirmou que, em 2009, foi criada uma conta para receber os repasses relacionados a Lula e, no ano seguinte, outra foi aberta para envio de valores relacionados à Dilma. Segundo ele, em dezembro daquele ano, o BNDES adquiriu de debêntures da JBS, convertidas em ações, no valor de US$ 2 bilhões, ‘para apoio do plano de expansão’.

De acordo com o empresário, a conta era usada para fazer repasses de acordo com indicações do ex-ministro da Fazenda Guido Mantega, que aparece em outras delações como um dos principais arrecadadores do PT.

A reportagem cita que, em outra ocasião, em novembro de 2014, Joesley disse que ‘depois de receber solicitações insistentes para o pagamento de R$ 30 milhões para Fernando Pimentel, governador de Minas Gerais, veiculadas pelo tesoureiro da campanha de Dilma em 2014, Edinho Silva, e de receber de Guido Mantega a informação de que “isso é com ela”, solicitou audiência com Dilma’.

“Dilma recebeu o depoente no Palácio do Planalto; que o depoente relatou, então, que o governador eleito de MG, Fernando Pimentel, estava solicitando, por intermédio de Edinho Silva, R$ 30 milhões, mas que, atendida essa solicitação, o saldo das duas contas se esgotaria; que Dilma confirmou a necessidade e pediu que o depoente procurasse Pimentel”, relatou.

Defesa

À TV Globo, os advogados de Lula informaram que “só vão se manifestar quando tiverem acesso ao material e reiteraram a inocência do ex-presidente”.

Já a defesa de Dilma afirmou ser “fantasiosa” a versão de que a petista seria beneficiária de conta na Suíça. “Ela nega que tenha recebido qualquer benefício pessoal do empresário, ainda mais financeiro. Essa versão não se sustenta e sua falsidade será atestada na Justiça. Dilma Rousseff jamais teve contas no exterior”, apontou a defesa.

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