PSDB – PE

Não adianta pensar em nomes, sem construir entendimento pela governabilidade do país, diz Betinho Gomes

O deputado federal Betinho Gomes (PSDB-PE) concedeu entrevista nesta quarta-feira (24/05) a rádio Folha de Pernambuco na qual defendeu que, diante do momento de crise instalado no país – que tem permeado as decisões de governo e as votações no Congresso -, ainda “não é o momento de fulanizar as saídas” para o Brasil.

“Primeiro temos que ver se o governo tem condições de manter a governabilidade. Não ajuda em nada especulações em torno de nomes sem antes construir um amplo entendimento para garantir a governabilidade do país. Se o governo perder as condições, a solução tem de ser discutida entre as forças políticas para que seja algo menos traumático possível”.

Disse o tucano, que a posição do PSDB não é a de preocupação com o governo Michel Temer, mas com o país. Observou que Brasil está começando a se recuperar economicamente e por isso o volume da crise assusta e preocupa pelo risco de fragilizar a economia.

“Os movimentos que vêm sendo feitos no meu partido são no sentido de proteger a economia para que a gente não aprofunde o que já está grave que é uma situação de desemprego alto e de economia desacelerada. O governo está fragilizado, com dificuldades de tocar a pauta, mas um princípio que deve ser norteador para qualquer decisão é se o governo terá ou não condições de governabilidade. Se essas condições forem perdidas, é preciso pensar uma estratégia de saída para o país”, defendeu.

Betinho Gomes relatou que um ponto que tem agravado os embates no Congresso gira em torno das eleições diretas ou indiretas como encaminhamento à crise. “É bom deixar claro que, por mais simpática que pareça aos cidadãos a saída por eleições diretas, esse caminho não vai nos trazer uma solução rápida”, ponderou.

A proposta de eleições diretas, informa o tucano, precisaria de todo um debate na Comissão de Constituição e Justiça o que levaria semanas. Em seguida, teria de passar por uma comissão especial que precisaria realizar 40 sessões com todas as obstruções possíveis. Na votação em plenário, a proposta precisaria de 308 deputados para ser aprovada numa votação em dois turnos na Câmara e no Senado.

“Isso levaria pelo menos 6 meses de discussão. Iríamos arrastar a crise por meses e já temos uma eleição no próximo ano. Então, se o governo perde sustentação, é seguir a Constituição que dá a solução mais rápida à crise que estamos vivendo”, argumentou.

O parlamentar concluiu seus comentários ressaltando que as posições radicalizadas no campo da política já atrapalharam demais o país, o que se deve principalmente à insistência do PT de alimentar o discurso do ‘nós contra eles’. “Todo mundo está vendo que esse tipo de atitude não constrói. Ao contrário, fragiliza tudo. Os partidos precisam entender que o país é muito maior do que os interesses partidários”.

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