PSDB – PE

No caminho para deixarmos de ser a República da impunidade

Sérgio Guerra
Presidente Nacional do PSDB

A paixão não é boa conselheira, principalmente, quando nos debruçamos sobre algo dramático, que requer da nossa parte uma análise fria que, em muitas vezes, implica em uma decisão dura. Esse é o caso do mensalão do PT, em julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF).

Há um consenso entre a maioria dos ministros de que o mensalão do PT foi o maior escândalo da história política do País. Longe da paixão que arrebata e alimenta as competições partidárias, naturais em uma democracia tão vibrante quanto a nossa, devemos colocar na balança os argumentos dos advogados de defesa dos 37 réus do mensalão do PT.

Do ponto de vista institucional, o SFT tem sido impecável, concedendo a todos o mais amplo direito de defesa, como deve ser em um mundo plano e civilizado.

 Que sejam punidos os que devem à justiça. Quem for inocente, não deve se preocupar. O Supremo sabe como separar o joio do trigo.

Nós, do PSDB, não formaremos entre aqueles que defendem uma visão parcial e apaixonada dos fatos. 
Longe disso, basta lembrar a forma equilibrada e serena com que os ministros do Supremo têm julgado o mensalão do PT.

Particularmente, gostaria de exemplificar como símbolo máximo dessa serenidade o voto do ministro Cezar Peluzo. Duro na dosemetria, porém, sereno na análise dos crimes atribuídos aos réus. Foi um voto sem ódio, sem rancor, mas com a compreensão exata do papel institucional da mais alta Corte ao examinar a gravidade dos fatos. Poderia citar mais. O ministro Gilmar Mendes, por exemplo, acompanhou o relator, Joaquim Barbosa, quase na íntegra. Já Marco Aurélio Mello acompanhou o relator nos peculatos e nos crimes de corrupção, mas discordou em relação aos crimes de lavagem de dinheiro imputados a João Paulo Cunha e também ao ex-diretor de marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato.

Os sinais emitidos pela mais alta Corte correm na direção de que não haverá vacilação ou fraqueza. O julgamento está tomado pelas opiniões autônomas e independentes de nossos juízes, sempre à luz do que determina nossa Constituição. Basta lembrarmos o embate de alto nível técnico entre o revisor e o relator. O julgamento do mensalão aponta para o renascimento de uma nação que, de forma equilibrada, não admite mais espaço para a praga da corrupção, pecha que nos apequenou diante do mundo.

 É com o equilíbrio e serenidade, força mestra de nossa democracia, que vamos inaugurar essa nova etapa. Após o término do histórico julgamento do mensalão, poderemos contar aos nossos netos como construímos uma democracia vibrante, pautada pela honradez de suas instituições. Essa é a convocação que a história nos faz.

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