Numa decisão atrapalhada, patrocinada pelo governo Dilma que resiste em aceitar o avanço do processo de impeachment, o presidente em exercício da Câmara, deputado Waldir Maranhão (PP-MA), anulou as sessões que acolheram o pedido de afastamento da presidente e, menos de 24 horas depois, recuou da decisão.
Segundo O Estado de S. Paulo, desta terça-feira (10), a repercussão negativa de sua decisão foi um dos fatores que o levaram a recuar. A maioria dos partidos decidiu convocar uma sessão, sem o seu consentimento, para revogar o seu ato nesta terça (10).
O próprio partido de Maranhão, o PP, o ameaça de expulsão. A expectativa é que a executiva nacional se reúna, ainda hoje (10/05), para discutir a expulsão do parlamentar.
“Revogo a decisão por mim proferida em 9 de maio de 2016, por meio da qual foram anuladas as sessões do plenário da Câmara dos Deputados ocorridas nos dias 15, 16 e 17 de abril de 2016, nas quais se deliberou sobre denúncia por crime de responsabilidade número 1 de 2015”, diz o texto de quatro linhas em que Maranhão recua.
Dilma pretendia usar a decisão do presidente interino para pedir ao STF que paralisasse o rito do impeachment. O presidente do Senado, Renan Calheiros, já havia ignorado a decisão de Maranhão e anunciou, nesta segunda-feira (9), a manutenção do rito do processo de impeachment, definido pelo Supremo Tribunal Federal, e previsto para ser votado em plenário nesta quarta (11).
*De Brasília (DF), com alterações