O Brasil está atravessando uma de suas piores crises institucionais dos últimos tempos. Raros são os setores da vida econômica do país que não estão demitindo trabalhadores. O aumento vertiginoso do desemprego, que há um ano estava em torno de cinco por cento, agora está praticamente empatado com o índice de aceitação da presidente Dilma Roussef . Não se vislumbra de imediato uma saída do descalabro econômico que afunda o povo brasileiro numa onda de incerteza. Teremos que passar pelo menos dois anos de ajuste fiscal para voltarmos a uma situação de investimentos. Difícil de acreditar, mas é verdade: existe brasileiro investindo no exterior. Os empresários contam até dez antes de pensar em investir no país, uma vez que a economia está sendo seriamente atingida.
Nessas situações de dificuldade os assalariados, normalmente, são os primeiros a serem atingidos. Primeiro, em seu poder de compra, por conta da inflação que teima em botar as unhas de fora. A vulnerabilidade deles em tempos de crise é tamanha que, numa inflação anual de nove por cento, eles perdem um mês de trabalho. Portanto, ficam sem décimo terceiro. O cenário é nebuloso e tem deixado muitos pais de família com as mãos na cabeça, temendo perder, a qualquer momento, o seu emprego. Os setores representativos da sociedade, através de seus líderes, não devem ficar de braços cruzados diante de um momento tão delicado como o que estamos atravessando. Faz-se necessária a mobilização popular no sentido de cobrar do governo federal uma postura firme e eficiente diante de tudo isso que está a incomodar a vida pública
O trabalhador não pode permanecer de braços cruzados em situação de instabilidade social como a que estamos atravessando. Ele deve se unir na base para se mobilizar por melhores condições de trabalho e de sobrevivência. Do jeito que está não dá para continuar. As principais instituições representativas da classe trabalhadora, a Força Sindical e a Central Única dos Trabalhadores (CUT), estão divididas. A primeira se posiciona contra o Governo Federal e a segunda, o defende. Nos estados, os sindicatos não estão mobilizados para defender o trabalhador frente a esta situação de instabilidade e de crise política profunda, sem se falar na onda de corrupção e nos rumos desastrosos que a economia segue tomando. Então, é preciso que os partidos, fóruns qualificados de debates da sociedade, marquem posição em favor de quem trabalha e carrega este país nas costas.
É neste contexto nada animador que o PSDB desenvolve ações no sentido de formalizar e colocar em defesa dos trabalhadores brasileiros o Núcleo Sindical da agremiação. A ideia envolvente e contagiante está mobilizando líderes sindicais nos mais diversos pontos da Nação.
Os dirigentes do Núcleo Sindical do PSDB terão como missão a realização de um trabalho de conscientização e mobilização da classe trabalhadora no que diz respeito aos seus direitos, conquistas e perspectivas de futuro. O tucanato fortalece, através desse núcleo, o seu relacionamento com os representantes das mais diferentes categorias trabalhistas. Dessa forma, marca posição diante da situação calamitosa em que estão afundando o povo brasileiro, já tão cansado do jogo mole de seus representantes. Os tucanos de bico vermelho percorrerão todas as regiões levando uma proposta de mobilização com o objetivo de despertar no trabalhador a necessidade de sairmos dessa onda de conforto, nada confortável, e refletirmos sobre onde estamos e para onde estamos sendo levados.
* Artigo de Atevaldo Leitão, vereador em Diadema (SP) e coordenador nacional de políticas institucionais do Núcleo Sindical do PSDB