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O buraco da previdência está nos privilégios, não no regime geral, e essa conta é injusta, diz Daniel Coelho

31490255015_403719edd6_zAo participar de um debate na rádio Jornal do Commercio, nesta segunda-feira (12/12), sobre reforma da previdência, o deputado federal Daniel Coelho (PSDB) disse que as pessoas que têm o mínimo de responsabilidade com o tema não se recusarão a discutir previdência hoje no Brasil. Os que ainda resistem ao debate, na avaliação do tucano, são aqueles “que não tem compromisso com seus filhos e com as futuras gerações”.

Para Daniel Coelho, o Brasil não pode mais adiar a discussão de uma reforma da previdência, mas ela precisa ser feita com muita cautela. No projeto que tramita na Câmara dos Deputados, o tucano chama a atenção para um ponto importante que, segundo ele, precisa ficar claro: “Quem tem seus direitos adquiridos terão os direitos preservados”. O que não pode, pondera o parlamentar, é que o Brasil continue mantendo “duas classes de brasileiros” no recebimento do benefício previdenciário.

“Nós temos hoje uma casta com direitos previdenciários completamente diferentes da maioria. 98% da população estão fora desses privilégios. Então é evidente que é preciso corrigir isso. Esse talvez seja o ponto mais importante nessa discussão. O buraco da reforma da previdência está no privilégio não no regime geral. Existem alguns segmentos que se aposentam com menos tempo e aposentadoria integral, enquanto muitos trabalham mais e na hora de se aposentar não recebem nem o que contribuíram. Essa conta é injusta. Os mais pobres são hoje os mais prejudicados com a previdência. A classe média, de certa forma, está protegida. Então vamos ter que debater”, defendeu o tucano.

Daniel reconheceu que o tema ocorre num momento difícil para o país que enfrenta dificuldades políticas, uma imensa crise, um governo de transição, e em meio a um processo de desgaste do Congresso e da política. Mas o Parlamento, segundo ele, não pode reagir deixando uma questão urgente como a da previdência como se encontra.

O tucano disse que, pessoalmente, preocupa-se como questões como a das diferenças entre as atividades profissionais. “Uma coisa é quem trabalha com seu intelecto, outra é quem faz um trabalho braçal. Chegar para um cortador de cana e obrigá-lo a trabalhar até os 65 anos é não compreender a natureza de um trabalho como esse. Fisicamente ele estará incapacitado para cumprir esse período. Já para os que trabalham com o intelecto estarão no auge da sua capacidade mental aos 65 anos. Então a gente precisa fazer ajustes para que uma reforma da previdência, do ponto de vista social, seja justa”, alertou.

O parlamentar também chama a atenção para o fato de que a reforma não pode excluir ninguém. Do contrário, será feita uma “reforma de mentirinha”, diz. “Se não mexermos em grupo poderosos não adianta fazer reforma. Se não enfrentar isso, faremos uma reforma de mentirinha. Faltam recursos à saúde e educação por conta desses privilégios na previdência. Imagine se a gente pudesse refazer o orçamento pegando as contribuições de tributos, como o Cofins por exemplo, e as colocassem na requalificação dos sistemas de saúde e educação?!”, provoca.

*Da assessoria PSDB-PE

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