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O Globo entrevista Carlos Eduardo de Andrade, ex-diretor do BC

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Jornal O Globo, edição de hoje (01), publica várias matérias sobre os 15 anos do Plano Real. Confira abaixo entrevista com o ex-diretor do Banco Central, Carlos Eduardo de Andrade.
 
EX-DIRETOR EXPLICA POR QUE BC ESTOCOU DINHEIRO ANTES DO REAL

Danielle Nogueira

O ex-diretor do Banco Central (BC) Carlos Eduardo Tavares de Andrade se lembra como se fosse hoje do dia em que o Plano Real foi lançado. À frente da diretoria de Administração do BC na época, onde ficou até 1999, ele recorda que o grande temor da equipe econômica era que, uma vez anunciada a nova moeda, houvesse uma corrida aos bancos. O receio era justificado. Traumatizada com o confisco da poupança promovido pelo Plano Collor (1990), a sociedade brasileira poderia assumir um comportamento preventivo e sacar suas economias, com medo de um novo sequestro.

– Temíamos uma corrida aos bancos. Era nossa convicção que, se os bancos não tivessem numerário à disposição, a sociedade teria a certeza de que o Real embutiria uma retenção forçada do dinheiro privado – diz Andrade, hoje aposentado.

Diante desse temor, o BC tomou uma medida preventiva: estocar 130 milhões de cédulas de R$ 100 às vésperas do plano, como informou O GLOBO domingo passado. O governo também determinou que os bancos abrissem aos sábados e domingos por um mês, justamente para facilitar eventuais saques e mostrar que os recursos não seriam confiscados. Mas, com o voto de confiança do povo, boa parte das cédulas voltou para Brasília embrulhada da mesma forma que foi despachada.

– Visitei os bancos em Brasília no primeiro fim de semana após o anúncio do Real e ouvi relatos sobre pessoas que corriam ao caixa, sacavam todo seu saldo e, ao ver que o dinheiro continuava lá, voltavam a depositá-lo – conta.

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