A frente do trabalho de articulação das oposições no Cabo de Santo Agostinho (PE), o ex-deputado Betinho Gomes (PSDB) fez uma avaliação do atual governo de Keko do Armazém (PDT), no comando do município desde o afastamento e prisão do titular do cargo, Lula Cabral (PSB), por envolvimento em corrupção passiva e ativa, lavagem de dinheiro e crimes contra a ordem financeira.
Para Betinho, o atual governo “é o mesmo de Lula Cabral. Nada mudou”.
“Me parece que o atual prefeito é cúmplice dessa situação toda porque sabe dos escândalos e nada faz. Não demitiu ninguém, não fez nenhum tipo de auditoria, não assumiu a responsabilidade de tentar rever os recursos dos aposentados que foram desviados pelo seu chefe. Então esse governo nada mais é do que a continuidade do de Lula Cabral com as mesmas práticas da perseguição, de impedir empreendedores de desenvolverem suas atividades, de não cuidar das coisas que são essenciais à cidade”, criticou em entrevista ao programa TV Ponte OnLine.
O tucano lembrou que para este ano está prevista uma arrecadação no Cabo de aproximadamente R$ 850 milhões, recursos que tenderão a não ser destinados para áreas prioritárias por um governo que “apenas maquia a cidade”.
“Na saúde não há medicamentos, não há médicos. Hoje há 23 unidades de Odontologia na cidade sem profissionais. Na Educação, o Cabo mal consegue alcançar os indicadores do Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica). O Cabo continua sendo uma das cidades mais violentas do Estado e do país. Ou seja, nada mudou. São 13 anos de um mesmo modelo de governo: o governo que esquece de cuidar das pessoas. É um governo que não dialoga com o cidadão”.
Questionado sobre uma provável candidatura a prefeito do Cabo nas eleições do próximo ano, Betinho Gomes disse que o momento não é de tratar de projetos eleitorais, mas ouvir as pessoas, reuni-las em torno de soluções para a cidade. O tucano se comprometeu na organização e no fortalecimento das oposições porque acredita que o Cabo “precisa mudar”.
“Não dá mais para aceitar um modelo que se repete há anos e que se transformou num grade esquema criminoso. O Cabo é um município com recursos, mas seus governantes estão no poder apenas para enriquecer. Isso é muito grave. Os escândalos de desvio da merenda escolar e agora o da aposentadoria são muito graves. Eu quero ajudar a oposição como sempre busquei fazer. Se tiver a honra de governar o Cabo farei com grande satisfação, mas antes de pensar em candidaturas temos de juntar pessoas, ouvi-las, devolver a esperança ao povo do Cabo”.
O prefeito afastado do Cabo de Santo Agostinho, Lula Cabral, teve a prisão preventiva substituída por seis medidas cautelares e cumpre hoje liberdade monitorada por tornozeleira eletrônica. Alvo da operação Abismo, da Polícia Federal, o prefeito é suspeito de ter desviado cerca de R$ 93 milhões, que teriam sido retirados do Instituto de Previdência do Cabo (Caboprev).