De fracasso em fracasso, a presidente Dilma Rousseff conseguiu mais um destaque negativo para a economia brasileira, ao completar seu primeiro mandato com um dos maiores déficits fiscais do mundo.
O buraco nas contas do setor público, em todos os níveis de governo, chegou no ano passado a R$ 343,9 bilhões, ou 6,7% do Produto Interno Bruto (PIB) estimado para o período. O balanço do governo central foi encerrado com um rombo de R$ 271,54 bilhões, equivalente a 5,29% do valor dos bens e serviços finais produzidos no País. Esses números correspondem à necessidade de financiamento do setor público, critério usado pelo Banco Central (BC) para avaliar o estado das finanças governamentais e das companhias controladas pela União, Estados e municípios. Para arrumar as contas, o novo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, terá de renegar amplamente as políticas dos anos anteriores, orientadas por erros de diagnóstico, pela irresponsabilidade financeira e pelo voluntarismo presidencial.
Durante anos a presidente bravateou como se a situação fiscal do Brasil fosse muito melhor que a dos países desenvolvidos. Só por desinformação e teimosia ela poderá continuar com essa bravata. Graças a seus erros, a situação das contas públicas brasileiras é pior que a das de países mais afetados pela crise. Na União Europeia, os déficits fiscais estimados para este ano devem corresponder em média a 2,6% do PIB. Os desajustes fiscais no mundo rico, muito amplos entre 2008 e 2010, na pior fase da crise, têm diminuído seguidamente, graças a um enorme esforço de arrumação.
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