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“O partido dos ricos”, análise do ITV*

Os 12 anos em que o PT governou o país vão ficar marcados na história como aqueles em que um partido que se diz dos trabalhadores deixou os patrões felizes como nunca

 

estrelaptO governo do Partido dos Trabalhadores vive propagandeando que sua ação tem sido sempre voltada a beneficiar os mais pobres. Nas mistificações grosseiras veiculadas na propaganda eleitoral, seus adversários são retratados como defensores dos ricos e dos poderosos. A realidade, porém, é bastante distinta deste maniqueísmo barato.

Não é segredo para ninguém que, nos anos da administração do PT, os ricos ganharam dinheiro como jamais haviam conseguido na vida. Em especial, os bancos – que o marketing petista adora demonizar, mas os petistas no poder amam bajular – lucraram como nunca antes na história: só no governo Dilma, já são R$ 233 bilhões, segundo levantamento feito pelo Valor Econômico.

Não é pecado banco lucrar, muito menos empresários ser bem sucedido. O problema está na exploração eleitoreira que se faz do assunto. Na mesma pesquisa, o jornal mostra que, em termos reais, os bancos lucraram cerca de cinco vezes mais no governo Lula do que na gestão do PSDB, entre 1995 e 2002. Mas os ganhos não pararam por aí: nos anos Dilma, subiram mais 61%.

O governo que faz os banqueiros felizes da vida também diz que atacou como nenhum outro a desigualdade social no país. Será mesmo verdade esta afirmação mil vezes repetida? Se dependesse do vezo autoritário e obscurantista da gestão petista, talvez tivéssemos de nos valer apenas do discurso oficial e de outras medidas conhecidas para aferir a veracidade da afirmação.

Mas felizmente um grupo de pesquisadores do Ipea conseguiu trazer à luz estudo que mostra, com metodologia inédita no país, que entre 2006 e 2012 a desigualdade aumentou ao invés de diminuir no Brasil. O documento foi mantido engavetado pela instituição, mas suas conclusões foram trazidas à tona pelo site da revista da Veja e sua íntegra já circula na internet em páginas dedicadas ao debate democrático de pesquisas sociais.

O que o estudo mostra, a partir de uma nova metodologia que usa dados do imposto de renda dos brasileiros? Em 2006, os 5% mais ricos do país detinham 40% da renda nacional e, em 2012, passaram a deter 44%. Também no topo do topo da pirâmide, houve maior concentração: o 1% mais endinheirado da população viu sua fatia aumentar de 22,5% para 25% no mesmo período.

O PT tem horror à ação detergente da luz do sol e professa sua fé na manipulação despudorada da realidade para tentar enganar incautos. Mas a verdade é que os 12 anos em que os petistas governaram o país – e que, tudo indica, caminham para seu fim – vão ficar marcados na história como aqueles em que um partido que se diz dos trabalhadores deixou os patrões felizes como nunca.

 

* Este e outros textos analíticos sobre a conjuntura política e econômica estão disponíveis na página do Instituto Teotônio Vilela órgão de estudos, análise e formação políticas do PSDB

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