PSDB – PE

“O PSDB é essencial para que o país tenha equilíbrio no futuro”, diz Tasso Jereissati

Entrevista: TASSO JEREISSATI

O Aécio está abrindo mão da presidência ou ele continua licenciado e o sr. interino?

Esta questão é importante. O senador Aécio Neves continua presidente licenciado. Agora, a condução do partido de agora por diante, neste período de transição que termina no fim do ano, em que vamos desembocar com a nova convenção, a eleição do novo diretório, a eleição de um novo presidente, a eleição de uma nova executiva em todos os estados passando por uma ampla rediscussão dos ideais do partido, dos principais sobre os quais este partido foi fundado, uma autocrítica de onde nós nos desviamos desse partido, uma revisão e um novo programa, será conduzido evidentemente por mim, enquanto presidente, de acordo com toda a cúpula do partido. É esta a visão.

O sr. defende abertamente que o PSDB deveria desembarcar e deixar o governo. Como fica esta situação, já que senador Aécio reafirmou o apoio ao presidente Temer recentemente?

Vamos continuar, independentemente de qualquer coisa, aprovando todos os projetos que são do interesse do país, como a reforma da Previdência, por exemplo, a reforma política, por exemplo, a reforma tributária, por exemplo, como fizemos até hoje. O que nós não precisamos é de cargos no governo para estar fazendo isso.

O presidente da República é livre, tem o direito e deve escolher aquilo que for melhor para o seu governo. Se ele quiser tirar ministro, colocar ministro, não é problema nosso. Em nada muda a nossa posição em relação ao que é melhor para o Brasil. A nossa principal discussão hoje é a unidade do partido, é o futuro do país. Nós somos e temos consciência que o PSDB é um partido essencial para que o país tenha um equilíbrio no futuro, que não seja radical de direita, nem radical de esquerda, não seja dado a extremismos, que tenha uma conduta ética, e isso tudo faz parte dessa discussão que nós vamos reavivar no partido. Se tem ministro, se não tem ministro, isso é problema do presidente. Não é nosso problema.

O senhor vai defender que esses ministros entreguem o cargo? Existem decisões tão diferentes dentro do partido?

Não tem posições tão diferentes.

Ontem se mostrou…

Isso é uma posição específica, de consciência de cada um dos deputados, os deputados se comportaram como juízes, nós democraticamente, como sempre fomos, não impusemos nada a ninguém. Não ameaçamos, não impusemos, cada um vote como quiser, que ninguém vai ser punido. É essa a posição histórica do PSDB, que nós vamos continuar a manter.

Senador, em relação às reformas, também vai ser assim? A bancada vai estar liberada?

Não, em relação àquilo que for programático do partido nós vamos conversar com todos os setores do partido e vamos trabalhar juntos para que nós tenhamos votos homogêneos e maciços em torno desse projeto. Como sempre tivemos.

Senador, o senhor defende que os ministros tucanos deixem o governo?

Acho sem a maior importância isso. Como eu disse, quem manda nisso é o presidente da República. Se ele quiser tirar todos os nossos ministros é problema dele. O partido não faz questão desses ministérios. Isso fique bem claro. E isso em nada muda a nossa posição quanto à votação dos projetos necessários ao país.

O senador Aécio falou de candidato à presidência em 2018. O sr. considera o apoio do PMDB primordial para essa candidatura tucana para o ano que vem?

Vamos ter o nosso candidato, vamos ter o nosso pré-candidato, montamos agora um calendário dessas discussões que deságua na convenção no fim do ano e que nós vamos apontar o nosso pré-candidato. Se por acaso aparecer mais de um pré-candidato, nós faremos prévia. Então, isso já está dirigido o que nós vamos fazer. As alianças nós vamos construir no ano que vem.

O senhor acha que o senador Aécio será convocado para uma possível candidatura depois das denúncias e o pedido de prisão?

Não estou discutindo isso neste momento, o senador Aécio Neves tem o direito e está fazendo brilhantemente a sua defesa e por causa disso que ele está afastado da presidência do partido para poder se dedicar e provar a sua inocência.

A reunião da Executiva vai ser para logo, como quer o governador de São Paulo?

A reunião da Executiva vai ser o mais rápido possível. Da Executiva. A Executiva é a instância normal de reunião, que deve se repetir mensalmente, pelo menos daqui por diante.

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