
O candidato da Coligação Muda Brasil à Presidência da República, Aécio Neves, reafirmou seus compromissos com a eficiência do Estado, o crescimento da economia, a realização de mais investimentos em segurança pública e com a manutenção e o aprimoramento dos principais programas sociais de transferência de renda do país.
“Estado máximo e mínimo é discussão do século passado. O que o Brasil quer é um Estado eficiente, que gaste menos com a sua estrutura para gastar mais com as pessoas. É o que eu fiz em Minas Gerais”, ressaltou ele.
Ao lado de Aloysio Nunes, vice-presidente na sua chapa, Aécio participou da série Entrevistas Estadão, no auditório do Grupo Estado, em São Paulo, nesta quarta-feira (27/08). ]
Ele se comprometeu a enxugar a máquina pública, cortando em um terço o número de cargos comissionados e reduzindo os 39 ministérios da atual gestão petista.
“Não acho que seja razoável que, num regime presidencialista em que a única autoridade acima do ministro é o presidente da República, alguém possa administrar com o mínimo de eficiência com 39 ministérios. Não há como”, afirmou o candidato. E acrescentou: “Você tem determinados ministros que são chefes de outros ministros. Alguns ministros devem ver a presidente da República só nos debates, na televisão, quando ela aparece. Duvido que a encontrem no dia a dia. Não é por falta de vontade da presidente, é humanamente impossível. Vamos racionalizar o Estado.”
Economia – Respondendo a perguntas de jornalistas e do público, feitas pelo Twitter, Aécio salientou que seu governo construirá no Brasil um projeto “amplo e discutido em profundidade com brasileiros de todas as regiões”, com o objetivo de prosperar em áreas que o atual governo fracassou, como na condução da economia.
“Deixará como legado inflação alta, crescimento baixo, uma perda crescente da credibilidade do país. Fracassou na gestão do Estado. O Brasil é hoje um cemitério de obras inacabadas, abandonadas por toda parte, com sobrepreços. Os mesmos gargalos que nós tínhamos ao aumento da competitividade do Brasil dez anos atrás continuam hoje, pela ineficiência e incapacidade de gestão de um governo que demonizou as privatizações, as parcerias com o setor privado, durante a maior parte do seu governo”, afirmou.
Aécio destacou algumas das principais propostas de seu governo para o setor: a transparência da política fiscal, a simplificação do sistema tributário, o corte de gastos e o pragmatismo na política externa, em favor do crescimento econômico.
“Os gastos correntes do atual governo vêm crescendo em uma velocidade estratosférica, muito além do que vem crescendo o Produto Interno Bruto (PIB). Essa conta é que não fecha. E se alguém tem hoje, entre as candidaturas colocadas, autoridade para falar em responsabilidade fiscal, sou eu. Pela minha experiência de governo, pelo que fizemos em Minas Gerais”, avaliou.
Aécio afirmou também que a administração da presidente da República Dilma Rousseff é feita com base no desperdício e na ausência de prioridades claras.
“As propostas que nós estamos apresentando são absolutamente factíveis, e eu vou reiterar aquilo que disse: ‘Vamos fazer o Brasil voltar a crescer. Vamos resgatar o combustível, o insumo fundamental para o crescimento, que é a credibilidade para a nossa economia’”, afirmou o candidato.
Segurança Pública
Segundo Aécio, a segurança pública será uma das prioridades do governo da Coligação Muda Brasil. Ele destacou que o aumento da criminalidade, antes motivo de preocupação apenas nas grandes regiões do país, agora atinge a todos os brasileiros. O candidato criticou ainda a omissão do governo federal no setor, que executou menos de 40% do orçamento do Fundo Nacional de Segurança no ano passado.
“Quando eu falo em reduzir pela metade o número de ministérios, eu tenho acentuado que vou transformar o Ministério da Justiça em Ministério da Segurança Pública e Justiça. Com a proibição do contingenciamento de recursos para a área, o aumento gradual dos investimentos e do contingente da Polícia Federal e com uma profunda e rápida reforma do nosso Código Penal e do nosso Código de Processo Penal, que foram adiados por esse governo”, explicou.
Programas sociais
Aécio se comprometeu ainda com o aprimoramento de programas sociais de transferência de renda, como o Bolsa Família. “A administração pública é exatamente isso. Aprimorar aquilo que funciona. Melhorar, adaptar à sua realidade”, considerou.
“Vamos manter as políticas de transferência de renda, mas não vamos aceitar passivamente que a pobreza seja vista apenas na vertente da privação da renda. Eu compreendo a pobreza também na vertente da privação de serviços, de saneamento básico, de saúde e também de oportunidades”, afirmou ele.
Aécio também afirmou que, em seu governo, o Cadastro Único de famílias do Bolsa Família será transparente. [O cadastro atualmente é uma] “caixa preta na qual nós já tentamos entrar e conhecer a realidade, mas ninguém consegue”.
“Queremos dar transparência a isso. Você tem no seio dessas famílias que recebem o Bolsa Família um conjunto de outras carências que podem ser enfrentadas e ajudadas pelo Estado. Vamos intervir, ter ação proativa, garantir uma qualificação dessas pessoas, quem sabe até dando um plus a mais do Bolsa Família”, afirmou.
Aécio ressaltou a importância do programa Bolsa Família. “O Bolsa Família é muito importante, será mantido no nosso governo, mas ele é ainda muito pouco em relação aquilo que nós queremos fazer para aqueles que mais precisam do Estado”, ressaltou.