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"O que temos de entender que é preciso mudar o Brasil e nós temos alternativa", alerta FHC

fhc270x370Pernambuco – A estreia da JC News nesta segunda-feira (2), a nova emissora do Sistema Jornal do Commercio de Comunicação, trouxe uma entrevista com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Entre os vários temas abordados pelo tucano, um recado em reforço ao projeto que promova uma mudança de comando no Brasil. “Seja em que direção for”, ressaltou. FHC reafirmou mais uma vez que o PSDB, neste momento, não oferece apoio ao ex-governador José Serra para uma candidatura presidencial em 2014. Mas também não vê viabilidade para ele numa eventual desfiliação do partido.

Defende o ex-presidente, que Serra tenha “realismo” de ver suas chances e que seja “leal” ao senador Aécio Neves, caso ele se confirme candidato do PSDB à Presidência, ou a uma eventual aliança com o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB). ” Eu já disse a Aécio e ao Eduardo que um tem de apoiar o outro, seja lá em que direção for. O que temos de entender é o seguinte: está na hora de mudar o Brasil e nós temos alternativa. Isso é o foco principal da política consciente. O resto vem depois”.

Leia trechos da entrevista de FHC ou ouça o áudio na ÍNTEGRA:

JUNTAR FORÇAS

“Tudo que se puder fazer para juntar pessoas e fazer o país tomar um novo rumo, sem se desfazer do passado, é importante. No caso do Aécio (Neves) e Eduardo (Campos), são dois jovens com muito caminho pela frente. Conheço os dois, sei de seus valores, são modernos e têm compromisso com o povo. Estamos vendo que as dificuldades são enormes, a conjuntara nacional mudou e é preciso juntar forças. Quanto mais brasileiros puderem ficar alertas e oferecer alternativas é muito bom para o Brasil”.

JOSÉ SERRA E O PSDB

“Sempre se tem o que fazer com Serra. Hoje, por circunstâncias políticas, ele não tem no PSDB apoio para uma campanha presidencial. Agora, ele pode desempenhar um papel muito importante, já teve muitos, mas Serra precisa ter o realismo de ver qual a oportunidade que ele tem e não apenas no PSDB. Sair do partido é uma perda para o partido e para ele porque não vejo espaço político em outra legenda que permita uma candidatura presidencial. Portanto, ele terá que buscar um caminho que seja compatível com o projeto de ser presidente. O Serra tem de ficar no PSDB, leal, vê as chances que o partido tem, apoiando Aécio, se a aliança for com Eduardo (Campos), apoiando a dupla. Eu já disse a Aécio e ao Eduardo que eles têm de apoiar um ao outro, seja lá em que direção for. O que temos de entender é o seguinte: está na hora de mudar o Brasil e nós temos alternativa. Isso é o foco principal da política consciente. O resto vem depois”.

A VOZ ROUCA DAS RUAS

“As ruas estão pedindo mais atenção. Há escolas, hospitais, mas não são de boa qualidade. Está na hora de sair da quantidade para a qualidade. Quem tiver competência para governar, com metas claras, com democracia, sem prepotência, é muito importante. Estamos tentando sair da crise. Os Estados Unidos fizeram uma renovação tecnológica na parte energética, enquanto o Brasil maltratou muito a cana de açúcar, o etanol que era nossa grande vantagem, descapitalizou a Petrobras de uma maneira inacreditável, faltou contenção do gasto público, então nós precisamos ter de novo uma visão mais realista do Brasil que permita um crescimento que não distribua apenas renda, mas serviços de boa qualidade”.

A ECONOMIA, O PT E AS ELEIÇÕES

“A economia pode complicar (a eleição para o PT). Torço para que isso não ocorra porque o atingido é o povo. Mas pode complicar porque estamos com problemas de déficits externos, que por enquanto não têm estourado por conta dos grandes investimentos externos. Na minha gestão de ministro da Fazenda, o Brasil recebia por ano US$ 2 bilhões de dólares e o PT dizia que os recursos externos iriam arruinar o Brasil. Hoje eles são os mais ardorosos defensores de que venha mais dinheiro. Veio, foi bom. Mas está vindo menos, assim como estamos exportando menos. Por outro lado, o câmbio força a taxa de juros porque encarece os produtos importados. E o governo sem recursos para fazer frente a enorme quantidade de gastos internos. Ou seja, descontrole das contas externa e interna leva ao aumento da inflação e eu não vejo o governo tomando medidas de longo prazo necessárias para controlar essa situação”.

PROJETO ‘MAIS MÉDICOS'”

“Precisa de mais médicos, mas também de mais equipamentos. Não vejo mal nenhum que venham mais médicos, desde que se tenha um certo controle. Agora, mesmo em comparação com os Estados Unidos, nós não temos uma produção de médicos ruim. O que é ruim? As condições de trabalho. Os (médicos) que vêm de Cuba são forjados em condições precárias de atendimento, algo como primeiros socorros. De modo que é preciso ter mais médicos, mas sobretudo melhores condições para que eles possam trabalhar. E atenção: que os médicos cubanos não venham fazer aqui o que fizeram na Venezuela: de pregação política”.

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