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“O vexame do Mais Médicos”, por Terezinha Nunes*

fb4f31b83c5d6a70a9614081ac6bd8a7Escravidão branca, desrespeito aos direitos internacionais dos trabalhadores e outras denominações idênticas marcaram as críticas iniciais ao programa Mais Médicos do Governo Federal destinado a trazer, principalmente, de Cuba para o Brasil profissionais médicos que se propusessem a morar nas mais longínquas comunidades ou nas periferias dos centros urbanos para atender às pessoas mais pobres.

Em um país onde o bolsa família tem garantido sucessivas vitórias ao PT, cuidou-se de blindar o Mais Médicos para que ele pudesse se transformar em nova mina de votos para a presidente Dilma agora que a economia declina, a inflação cresce e a população vai às ruas clamar pelos seus direitos nas mais variadas áreas.

De carona no programa, o ex-ministro da saúde Alexandre Padilha sonhou, e ainda sonha, em ser governador de São Paulo onde o bolsa família não é suficiente para dar vitórias ao PT, há décadas.

Quem sabe, deve ter pensado Padilha, – agora em campanha – os médicos cubanos consigam quebrar a resistência paulista aos petistas dos mais variados costados.

O próprio Lula nunca venceu eleição majoritária no estado.

Há quinze dias, porém, como um castelo de cartas, o mosaico do programa começou a se desfazer aos olhos nacionais e internacionais.

O que muitos brasileiros mais atentos já sabiam foi desvendado ao público externo quando a médica cubana Ramona Rodriguez, protegida em Brasília por parlamentares da oposição, denunciou que estava abandonando o programa e pedindo asilo porque havia sido enganada.

Disse na TV, para quem quisesse ouvir, que só depois que chegou ao Brasil soube que o governo brasileiro estava pagando a Cuba, via Organização Panamericana de Saúde, R$ 10 mil por mês por cada médico cubano aqui desembarcado, e eles, os médicos, recebiam míseros R$ 1 mil e mais uma pequena ajuda para familiares deixados nos seu país de origem.

O PT tentou descredenciar Ramona acusando-a até de ter usado o Mais Médicos para migrar para os Estados Unidos e encontrar um namorado que para lá já seguira.

Não houve jeito.

O estrago já estava feito.

De imediato começaram a pipocar de norte a sul do país histórias capazes de derrubar governos em países mais sérios.

Médicos cubanos, no anonimato ou às claras, como fizeram alguns que estão em Pernambuco, vieram a público dizer que não estavam aguentando viver no Brasil com tão pouco dinheiro, que não sabiam que o custo de vida aqui era tão alto e até que eram acompanhados por olheiros aos quais tinham que prestar contas do que faziam ou para onde iam.

O que é isso senão escravidão?

Uma investigação mais acurada comprovou quem mais de 80 médicos já saíram do programa – não só cubanos, diga-se de passagem – e que já tem cubano, que veio para o Brasil, asilado nos Estados Unidos sem que o Governo Brasileiro tenha, ao que se saiba, tomado conhecimento antecipado disso.

Um vexame sem fim.

Claro que é bom que médicos estrangeiros qualificados venham para nosso país suprir nossa crônica falta de profissionais dessa categoria mas a este custo é difícil que uma pessoa de sã consciência venha a concordar.

A continuar como está não vai demorar e vamos acabar em tribunais internacionais acusados de escravizar cubanos em pleno século 21.

Um horror.

*Terezinha Nunes é deputada estadual do PSDB-PE e presidente do Instituto Teotônio Vilela em Pernambuco

**Artigo publicado no Blog de Jamildo e no site do PSDB Nacional

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