
O Brasil possui histórico preocupante de jogar dinheiro do contribuinte no sumidouro de obras que não terminam.
Construções como a Ferrovia Transnordestina e a Transposição do Rio São Francisco se prolongam em demasia, frustrando expectativas alimentadas pelas promessas e jogando os custos originais para o alto.
Nos últimos anos a quantidade de monumentos do descaso aumentou, multiplicando o desperdício em território nacional.
Para piorar, muitos governantes não se importam com o compromisso pela metade e inauguram, sem o menor pudor, o que ainda está para ser feito.
Aqui, político perde a razão, mas não a foto. Um exemplo disso foi o Parque Dona Lindu, dado como pronto com apenas metade do projeto executado.
Em nosso Estado, essa tradição do atraso é antiga, especialmente na esfera federal. Não são uma ou duas: são dezenas de obras que não foram concluídas no prazo, sem que o poder público responsável pela contratação apresente explicação razoável para o fiasco.
Sabe-se que um dos gargalos da infraestrutura no País é a deficiência nos projetos contratados, muitas vezes deixando para depois o detalhamento que implica em custos adicionais.
Com projetos capengas, não é raro que obras de porte estanquem no escrutínio dos tribunais de contas – já que, em se tratando de recursos públicos, a pressa pode ser inimiga da transparência, e estar de mãos dadas com mau uso do dinheiro.
* Trecho do editorial do Jornal do Commercio “Obras Inacabadas” publicado nesta terça (28)