Do Jornal do Commercio – O pedido da Polícia Federal para que o Ministério Público (MPPE) investigue os contratos do governo de Pernambuco, via secretarias da Ciência e Tecnologia e da Educação, no valor de R$ 77,5 milhões, com a empresa Ideia Digital – acusada de fraudes em contratos com a Prefeitura de João Pessoa – levou, ontem, a pequena oposição ao governador Eduardo Campos (PSB), na Assembleia Legislativa, composta por três deputados do PSDB, a cobrar explicações do governo do Estado e uma apuração mais profunda pelo Executivo para saber a extensão da atuação da empresa, as suspeitas e irregularidades. A oposição anunciou que irá pedir uma audiência pública.
O “bombardeio” foi aberto por Terezinha Nunes, baseada nas investigações que apontam o ex-secretário Anderson Gomes como o responsável pelos contratos, nos períodos em que ocupou as pastas de Tecnologia (2010) e da Educação (2011-2012). Sobre Anderson, que estava como assessor especial do governador até 29 de julho, a deputada destacou que caem suspeitas de favorecimento à Ideia Digital, que emprega um filho e um cunhado e já empregou outro filho do ex-secretário. “O governo tem que explicar porque o ex-secretário colocou a família na empresa com a qual ele próprio assinou contratos de R$ 77 milhões”, questionou.
O pronunciamento recebeu o reforço do líder Daniel Coelho, que propôs o convite ao ex-secretário para a audiência pública destinada a apurar os contratos e as relações de Anderson com a Ideia Digital. “Não estamos confundindo denúncia com condenação, nem prejulgando ninguém”, ponderou o tucano.