Passadas as festas de Natal e final de ano nas quais, como de costume, o consumismo viveu seu esplendor, a vida volta ao normal e já é possível concluir quem venceu 2013.
Como se sabe, o debate sobre quem ganhou o ano começou na disputa política mas o seu desfecho não se deu no terreno dos mortais , como muitos esperavam.
Quem venceu o ano mesmo foi a simplicidade representada globalmente pela figura de um líder espiritual: o papa Francisco.
Resgatado “do fim do mundo”, como afirmou, referindo-se ao lugar onde nasceu, a Argentina, e ao Continente que representa – a América Latina – Francisco conseguiu que o próprio mundo capitalista reconhecesse a força de sua presença.
Foi escolhido pela respeitada revista norte-americana Times como a “Personalidade do Ano” de 2013.
E, para completar o clima que tomou conta de todos diante de sua figura carismática e empolgante, foi eleito por outra revista americana, a Esquire, como o “ homem mais bem vestido do ano”.
O que significa esta distinção da Esquire a uma pessoa que adotou uma rota batina bege como vestimenta papal e deixou de lado os bem talhados sapatos cardinalícios, preferindo continuar a usar seu par de sapatos velhos?
Na verdade, desde a década de 70, quando o grande economista alemão Ernst Friedrich Schumacher, que não professava nenhum credo religioso, escreveu um dos 100 livros mais lidos no mundo “O negócio é ser pequeno” ( “small is beautiful”), condenando o consumismo nunca a simplicidade esteve tão em voga quanto nestes tempos do pontificado de Francisco.
Começando pela escolha do seu nome de papa – Francisco – o santo dos pobres, o novo pontífice tem aprofundado cada vez mais seu compromisso com dois pilares espirituais que têm encantado a todos, católicos ou não católicos: a simplicidade e a misericórdia.
Enfrentou o drama da pedofilia, condenou todo e qualquer sinal de pompa na Igreja Católica, aconselhou bispos e padres a se dedicarem mais aos pobres e alertou a humanidade para o que chamou de “cultura do descarte” que tem relegado a segundo plano os jovens desempregados e os idosos, condenados à aposentadoria precoce e ao esquecimento.
Como um líder que veio para ficar e para mudar Francisco surpreendeu mais ainda quando não condenou os gays, como fazem adeptos de outras religiões. Diante da pergunta de um repórter sobre o assunto concluiu simplesmente: “quem sou eu para julgá-los?”.
E, como coroamento de um pontificado que tem rendido manchetes positivas continuadamente, Francisco conseguiu evitar a guerra do ano que seria a invasão da Síria por um grupo de nações, sob o comando dos Estados Unidos.
Alertou que é com diálogo e não com a guerra que se constrói a paz e comandou um jejum com este propósito findo o qual o presidente Obama acabou se convencendo a desistir da invasão.
Artigo assinado pela deputada estadual Terezinha Nunes, presidente do ITV-PE, publicado no Blog de Jamildo