
Brasília – O senador mineiro Aécio Neves (PSDB), ao comentar a pesquisa Ibope encomendada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) sobre o nível de aprovação ao governo de Dilma Rousseff, divulgada nesta terça-feira (19), disse que o resultado tem relação com o sentimento momentâneo. “Talvez com algumas medidas de grande alcance popular tomadas pela presidente, e com o vigor da comunicação, da propaganda do governo”, avaliou.
O tucano acredita que é muito cedo para se estabelecer um debate eleitoral e defendeu, por parte da oposição, a construção de uma agenda para o país. “Temos que nos preocupar em construir nosso discurso, nossa agenda. Se hoje há essa avaliação, em boa parte é resultado de uma sensação de bem-estar que ainda existe no Brasil, construída, em grande parte, por nós, a partir do controle da inflação, que por sinal começa a ameaçar e comprometer a renda das famílias”, comparou.
ICMS – Em entrevista coletiva, Aécio também comentou a proposta do governo federal de unificação das alíquotas interestaduais do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) em 4%. “O governo virou as costas para alguns desses debates e está permitindo que sejam conduzidos isoladamente. Isso não é bom. Falta interlocução, alguém que tenha autoridade política, delegação para construir no Congresso essa agenda da federação”, disse.
O senador reiterou ainda sua defesa pelo pacto federativo. “Não há outro tema sobre o qual tenha debatido tanto como a necessidade de refazermos o Pacto Federativo. Mas o governo, com sua sanha arrecadatória, quer sempre parte na arrecadação e não tem demonstrado generosidade para construir caminhos que fortaleçam a federação, os municípios e os estados. É um tema sobre o qual vamos nos aprofundar muito daqui por diante”.