A campanha de financiamento coletivo “Por um Brasil justo para todos e para Lula”, lançada pelo PT com o objetivo de ajudar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, atingiu pouco mais da metade da meta. Em 17 dias, a “vaquinha” arrecadou R$ 270 mil dos R$ 500 mil pretendidos.
O valor será destinado às atividades da mobilização, que se dedica à defesa do ex-presidente durante o primeiro semestre de 2017. As informações são do jornal Folha de S. Paulo desta segunda-feira (26).
Para o deputado federal Daniel Coelho (PSDB-PE), a campanha não passa de um “jogo de cena” do PT e a baixa adesão reflete principalmente a rejeição da população ao petista, que responde hoje a cinco ações penais no âmbito da Operação Lava Jato.
“Esses movimentos que o PT tem feito são muito mais para jogar para a plateia e fingir que não há dinheiro do que qualquer outra coisa. Não acredito que o cidadão comum, de bem, o trabalhador vá doar dinheiro para defender alguém que cometeu crimes tão graves quanto os cometidos por Lula e o PT. Uma pessoa que ganhou dinheiro trabalhando não vai defender alguém que está envolvido em tantos atos de corrupção. Isso é muito mais um jogo de cena do que qualquer outra coisa e, mesmo assim, eles não conseguiram arrecadar o suficiente”, afirmou.
De acordo com a reportagem, o movimento denuncia a “manipulação arbitrária da lei” e um “vale-tudo acusatório” contra o petista. A página cita como um dos objetivos o rompimento do “cerco jurídico-midiático, fortalecendo o papel da blogosfera”.
Um vídeo da campanha mostra o ex-ministro de Lula Gilberto Carvalho afirmando que a perseguição ao ex-presidente e aos militantes sociais é no fundo uma “perseguição ao nosso projeto, uma perseguição aos pobres”.
Lava Jato
No primeiro ato realizado pelo grupo, Lula se disse alvo de um “pacto diabólico” orquestrado pelos responsáveis pela Lava Jato. O tucano, no entanto, acredita que o pouco alcance da “vaquinha” demonstrou ainda o crescimento da percepção da importância da operação e da própria Justiça.
“A Lava Jato é aprovada pela maioria da população. As pessoas querem que os casos sejam finalizados, que se tenha respostas de quem tem culpa e quem não tem. E esse apoio nesse momento é muito importante. Foi um processo que se iniciou e precisa terminar para que as pessoas tenham o direito de saber o que de fato ocorreu nos últimos anos no país”, explicou Daniel Coelho.
Segundo a reportagem, a arrecadação foi feita entre os dias 7 e 24 de dezembro e contou com a contribuição de 2.381 pessoas. A maioria, 596, era de São Paulo. Os outros estados que mais doaram foram Rio de Janeiro, com 301 contribuintes, e Distrito Federal, com 256. Não foram feitas contribuições de empresas ou doações anônimas.