Após nove meses de processo de impeachment, o Senado decidirá o futuro da presidente afastada Dilma Rousseff nesta quarta-feira (31). E tudo indica que a petista será condenada pelos crimes de responsabilidade fiscal e pelas pedaladas fiscais, manobra cometida para maquiar as contas públicas. São necessários 54 votos a favor do afastamento definitivo de Dilma. O senador José Aníbal (PSDB-SP) já dá como certa a condenação da presidente afastada e aposta num placar de pelo menos 61 senadores favoráveis ao impeachment.
“Eu acho que será entre 59 a 61 votos a favor do afastamento. Eu não tenho o número preciso. Mas acho que também há uma maioria consolidada. E o fundamental neste momento é que tenhamos essa maioria e que essa maioria se mantenha unida para votar o que for necessário no dia seguinte e escrever uma nova página.”
A sessão desta segunda-feira (29) foi dedicada ao interrogatório de Dilma Rousseff. Para a defesa, a petista se saiu bem. No entanto, a acusação acredita que o depoimento da presidente afastada, mesmo com sua fala emocionada na fase inicial da sessão, não deve ser suficiente para reverter a tendência de aprovação do impeachment no Senado. Na avaliação de José Aníbal, o discurso de ontem cumpriu mais o propósito de reforçar a versão da petista para a história de que foi vítima de um golpe.
“Ontem a presidente teve a oportunidade, uma grande oportunidade de se explicar e se defender. Ela o fez de uma forma repetitiva, não acrescentou em absolutamente em nada, não conseguiu com fatos desmentir aquilo que lhe é imputado. Pelo contrário, as verdades ficaram cada vez mais transparentes sobre pedaladas e decretos. Mas, mais do que isso o conjunto da obra: o Brasil vive uma crise profunda. Ela nos levou a uma situação, do ponto de vista da economia, de devastação.”
Começou na tarde desta terça (30) a manifestação dos senadores inscritos. Cada um terá dez minutos para falar sobre posicionamento quanto ao processo de impeachment. Encerrada essa etapa da discussão, o presidente do STF e da sessão, Ricardo Lewandowski, irá ler um resumo do processo, com as fundamentações da acusação e da defesa. Dois senadores favoráveis ao impeachment de Dilma e dois contrários terão cinco minutos cada para encaminhamento de votação. A votação final será no painel eletrônico do plenário do Senado.