O marqueteiro João Santana e a sua mulher Mônica Moura, presos pela Operação Lava Jato, admitiram nesta quinta-feira (21) que receberam US$ 4,5 milhões como pagamento via caixa 2 por serviços prestados à campanha de 2010 da presidente afastada Dilma Rousseff.
Em depoimento ao juiz Sérgio Moro, ambos reconheceram, portanto, que mentiram à Polícia Federal no inquérito que apura a origem do dinheiro recebido pelo casal em fevereiro. Os dois haviam dito que os valores eram relativos a campanhas políticas no exterior.
Na avaliação da presidente do PSDB Mulher de Pernambuco, Terezinha Nunes, caso a presidente afastada Dilma Rousseff se “livre” do processo de impeachment “ela sairá da presidência de qualquer jeito, agora cassada pela Justiça Eleitoral”. O afastamento da petista será votado, de forma definitiva pelo Senado, no próximo mês.
De acordo com reportagem publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo, nesta sexta-feira (22), a esposa de Santana, Mônica Moura, teria dito que estaria disposta a colaborar com a Justiça, mas que só o faria mediante um “acordo assinado”.
No interrogatório, a empresária contou que o dinheiro recebido era relativo a “dívidas da campanha presidencial de 2010”. Informou, ainda, que o doleiro Zwi Scornicki, que operacionalizou o pagamento, foi indicado a ela pelo então tesoureiro do PT, João Vaccari Neto.
João Santana foi o responsável também pelo marketing das campanhas do ex-presidente Lula (em 2006) e das duas campanhas de Dilma Rousseff (2010 e 2014).
ENTREVISTA – Na manhã desta sexta-feira (22), a presidente afastada Dilma Rousseff concedeu entrevista a Rádio Jornal do Commercio de Pernambuco e negou pagamento via caixa 2 em suas campanhas.
“Eu não autorizei pagamento de caixa 2 para ninguém. Pelo contrário, procurei sempre pagar o valor que eu achava que devia a ele (João Santana). Se houve pagamento de caixa 2 não foi com meu conhecimento”, disse.