
Recife (PE) – No momento em que a presidente da Petrobras, Graça Foster, falava à Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, nesta terça-feira (15), em nova tentativa do governo de impedir a instalação da CPI da Petrobras, o deputado estadual e secretário-geral do PSDB, Betinho Gomes (PE), defendia na tribuna da Assembleia do Estado a apuração das denúncias contra a empresa.
Para o tucano, o PT tanta criar o discurso de que o PSDB pretende desmoralizar a Petrobras, ao insistir na criação da Comissão Parlamentar de Inquérito, mas, o fato, “é que Petrobras se tornou uma das petroleiras mais endividadas do mundo”.
– A ida da presidente da Petrobras, Graça Foster, ao Congresso, nada mais é do que uma tentativa de esvaziar a CPI que pretende investigar o caso Pasadena… Isso mostra o fracasso da gestão do PT, disparou.
Na avaliação do parlamentar, embora o governo da presidente Dilma diga que pretende apurar os fatos, na prática, “tem impedido a criação da CPI para apurar denúncias que são muito graves, entre as quais a prisão de um ex-diretor da empresa suspeito de envolvimento em lavagem de dinheiro”.
Os deputados estaduais do PSDB-PE, Antônio Moraes e Daniel Coelho, também entendem que as denúncias de corrupção na Petrobras “devem ser apurados pela CPI, independentemente de ser ano eleitoral”.
Ditadura -Ainda na tribuna da Assembleia, nesta terça (15), o tucano Daniel Coelho questionou o Decreto 3.639-1975, instituído no período da ditadura militar, que levou à prisão um sargento da Policia Militar pernambucana em decorrência de um texto publicado por ele em seu blog.
O sargento José Ricardo Ferreira de Lima, diretor da Associação de Policiais e Bombeiros Militares de Pernambuco, foi condenado a 21 dias de prisão pela corregedoria geral da Policia Militar de Pernambuco por ter feito críticas ao atraso no pagamento de diárias para os policiais que estiveram de serviço durante o evento PE Folia, em 2011.
Segundo o deputado, após a publicação do texto, em 29 de outubro de 2011, foi aberto um inquérito, que levou à prisão do Sargento Ricardo desde 4 de abril deste ano.
Segundo Daniel Coelho, um decreto estabelecido em 1975, ainda no período da ditadura militar, que determinava a censura a todos os que faziam parte da PM, que não podiam fazer qualquer tipo de críticas à instituição, não pode ser aplicado nos dias de hoje.
“Trata-se do próprio princípio democrático. O sargento Ricardo está preso não como um criminoso, mas pela própria instituição da qual faz parte por ter feito críticas a problemas que ocorriam com pagamento de diárias. O sargento não fez críticas ao governo, nem aos coronéis, mas constatou um problema, como sindicalista, representante de classe que é”, destacou Daniel, que fez um apelo ao governador de Pernambuco, João Lyra Neto.
* Com informações da assessoria do deputado estadual Daniel Coelho