
É com muita tristeza que observo o grande retrocesso cometido pela Assembleia Legislativa de Pernambuco ao não aprovar a recriação da Frente Parlamentar LGBT. Já esperava que houvessem calorosos debates, assim como aconteceu em 2011, quando criamos essa Frente pela primeira vez no Estado. Mas não acreditava que o Parlamento fosse capaz de barrar a comissão.
A criação de uma frente parlamentar é fundamental para que o debate sobre um tema seja aprofundado. Basta lembrar que, na legislatura passada, além da Frente LGBT, a Alepe tinha também a Frente da Família, criada majoritariamente pelos parlamentares da bancada evangélica. Aprovar a criação desses colegiados não significa concordar com eles, mas permitir que haja uma discussão sobre temas que são de interesse da sociedade.
Em 2011, não foi fácil a criação da Frente LGBT. Mas, apesar dos intensos debates, conseguimos sensibilizar a Casa da importância dessa representatividade para a classe. É preocupante ver o conservadorismo tomando conta do Parlamento, a ponto de muitos deputados não apenas votarem contra, mas se retirarem do plenário para não expor suas opiniões.
A não criação da Frente LGBT na Assembleia Legislativa não significou uma derrota para quem propôs a criação da comissão. Mais que isso, significou uma derrota para o Parlamento e para a sociedade permanbucana. Um retrocesso, um passo na contramão dos anseios dos cidadãos.
* Deputado federal Daniel Coelho (PSDB-PE)