“Reprovada pelo Tribunal de Contas da União (TCU), a prática da “pedalada fiscal” continua em uso pelo governo Dilma Rousseff em 2015.
Uma das manobras consiste em atrasar o repasse do Tesouro, para os bancos públicos, do dinheiro necessário para pagar benefícios sociais ou financiar investimentos com juros mais baixos.”
É o que relata reportagem sobre o assunto, publicada na edição desta segunda-feira (22), no jornal Folha de S.Paulo.
De acordo com a matéria, “para manter os desembolsos, os bancos acabam usando seus próprios recursos. O TCU considera que, dessa forma, eles financiaram seu controlador (o governo), o que é proibido pela lei.”
A Folha destaca ainda que “o tribunal condenou essa e outras práticas ao analisar as contas de 2014 do governo, e exigiu explicação por escrito de Dilma em 30 dias.”
Conforme a matéria, “só no primeiro trimestre de 2015, a dívida do governo com a Caixa e o Banco do Brasil cresceu mais de R$ 2 bilhões com o represamento.Com isso, o governo sangra menos o caixa e melhora os indicadores de desempenho do gasto oficial.
A dívida do Tesouro com a Caixa, pagadora de programas sociais, e o Banco do Brasil, financiador do crédito agrícola, já chegou a R$ 19 bilhões no fim de março.”
Na avaliação do deputado federal Daniel Coelho (PSDB-PE), a notícia traz um problema, do ponto de vista de credibilidade, não apenas para o governo, mas principalmente para os bancos públicos. “As pessoas começam a desconfiar da gestão deles”, observa.
Para o tucano, a questão é que as tentativas do executivo de maquiar as contas acabam recaindo sobre a população, que mais cedo ou mais tarde vai pagar essas conta.
Daniel Coelho ressalta que essa conta já vem sendo paga: “Com investimentos parados e aumento de tributos”, exemplifica.
A alternativa, analisa o parlamentar, “é o governo diminuir os gastos com custeio e cortar custos operacionais.”