Existe uma correlação entre queda dos investimentos públicos estaduais e explosão da violência. Para termos uma ideia, de todos os estados brasileiros, o maior tombo nos investimentos entre 2016 e 2017 ocorreu exatamente no Rio de Janeiro, que está sob grave intervenção militar.
Outros estados que cada vez menos conseguem investir são Rio Grande do Norte e Ceará. Todos vivem problemas na segurança pública e passaram por carnificinas recentes.
Pernambuco, infelizmente, está indo para o mesmo caminho. Os investimentos públicos caíram 5,6% entre 2016 e 2017, mesmo com aumento de arrecadação, segundo uma análise junto aos relatórios de execução orçamentária feita pelo jornal Folha de S. Paulo.
Menos recursos para investimento significa falta de dinheiro para estradas, novas escolas, equipamentos de saúde e, é claro, para combater a criminalidade. Os 5,4 mil assassinatos que ocorreram no estado ano passado provam isso. A verdade é que nossa taxa de homicídios atual é mais alta do que a do Rio de Janeiro.
A insegurança é sem dúvida hoje a principal preocupação do pernambucano. Mesmo que não esteja atento aos índices e números, ele sente os riscos no dia a dia. Uma simples olhada no celular no meio da rua é percebida como um ato arriscado. Dentro do transporte público, donas de casas temem por seus pertences pessoais. Andar à noite em seu próprio bairro tornou-se uma aventura. Relatos sobre crimes que vitimam amigos, vizinhos, colegas de trabalho, tornaram-se rotina nas conversas, tanto na capital como no interior.
Por tudo isso, esse rumo de contas públicas em desmantelamento que o governo de Pernambuco adotou precisa ser corrigido urgentemente para o bem da população. É preciso sabe gastar menos e investir mais. O mau exemplo do Rio de Janeiro está aí.
*Deputado federal e presidente do PSDB de Pernambuco