Produto da recessão que se aprofundou nos últimos dois anos, o aumento do desemprego tem levado muitos brasileiros a aceitar vagas sem carteira assinada, direitos trabalhistas e com salários mais baixos. Levantamento feito pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), com dados do IBGE, mostra que 226 mil vagas com carteira assinada foram cortadas entre o primeiro e o segundo trimestre de 2016. Já o mercado informal se expandiu, com a criação de 668 mil postos de trabalho nesse período, como revela reportagem publicada nesta quinta-feira (29) pelo jornal Folha de S. Paulo.
Um dos setores responsáveis pelo aumento da informalidade foi o da construção civil. A redução de postos formais de trabalho nessa área foi de 4,2% em um trimestre, enquanto as vagas informais registraram alta de 10,7%.
O senador Dalírio Beber (PSDB-SC) lamenta que o fenômeno traga prejuízo direto aos trabalhadores brasileiros. “É mais do que reconhecível que muitas pessoas desempregadas se sujeitam à informalidade porque devem continuar lutando para ter um mínimo de renda, para garantir sua subsistência e de sua família. E isso é realmente é preocupante, porque o problema mais grave hoje que o Brasil enfrenta, sem dúvida, é a questão do desemprego. Foi crescente em todo o período do segundo mandato da presidente Dilma, uma vez que não se confirmaram as previsões que ela fez no processo eleitoral de 2014, quando ela buscava a reeleição.”
Para combater o avanço da informalidade, Dalírio Beber ressalta que o governo deve estimular o crescimento econômico por meio da recuperação das empresas e da aprovação de medidas já encaminhadas pelo novo governo ao Congresso Nacional.
“O grande desafio da equipe econômica do presidente Michel Temer é o de criar um ambiente para que haja a retomada do crescimento econômico, para que a capacidade ociosa instalada em inúmeras empresas possa ser rapidamente ocupada, devolvendo os empregos que deixaram de existir nesses últimos tempos. Afinal de contas, fala-se em uma cifra de 12 milhões de brasileiros desempregados. Mas não resta dúvida de que muitos dos documentos que tramitam hoje no Congresso Nacional visam criar um ambiente propício à retomada do desenvolvimento econômico.”