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“Pernambuco resiste”, por Terezinha Nunes

terezinha-nunesEm meio à crise econômica que espalha pessimismo pelo país, o estado de Pernambuco vem se revelando resistente à debacle que já atinge vários estados, sobretudo os mais pobres. Embora pelo lado governamental a situação se encaminhe para um duro ajuste nas contas públicas, o setor privado, embalado pelos investimentos realizados no território pernambucano desde que o estado iniciou uma recuperação histórica em 2002 e que foi consolidada nos últimos oito anos, dá sinais de otimismo.

Estudo divulgado na semana passada pela Ceplan – Consultoria de Planejamento – integrada por economistas conceituados no Nordeste, concluiu que a economia pernambucana deve crescer 1,13% este ano, superior ao previsto para o Nordeste (0,87%) e para o país (0,32), conforme levantamentos feitos pelo órgão.

Embora crescer mais que o Brasil venha sendo comum em Pernambuco nesta fase de recuperação, outros dados demonstram que a previsão está se consolidando e não se restringe aos bons ventos gerados com a inauguração recente da fábrica da Jeep, no município de Goiana, colocando o estado no ciclo da indústria automobilística.

Na última quinta-feira, a Junta Comercial de Pernambuco divulgou balanço dos últimos quatro meses demonstrando que aumentou o número de empresas constituídas no estado nesse período. Foram 21.147 de janeiro a abril de 2015 contra 21.075 no mesmo período de 2014, um crescimento de 0,34%.

A expansão se deu não só entre as pequenas empresas. O número de Sociedades Anônimas constituídas em 2015 é superior ao de 2014. Embora a abertura de empresas em Pernambuco tenha experimentado seu boom em 2013 com um crescimento de 10,45% em relação a 2012, os números de 2015 mostram uma expectativa de estabilidade em comparação com o ano passado.

Na esteira da Jeep, mais 20 empresas buscam se instalar nos arredores da fábrica de automóveis, com perspectiva de gerar 2 mil empregos diretos no litoral norte do estado.. Ao mesmo tempo a Refinaria Abreu e Lima, mesmo tendo seu nome citado na operação Lava Jato, já se encontra em fase de produção, trazendo perspectiva de crescimento para o litoral sul, onde se encontra instalada.

Com uma boa base funcionando na região metropolitana e que já se expande para parte da região da mata e até para o agreste setentrional do estado, a dúvida reside sobre os investimentos a cargo do Governo Federal no sertão estadual.

É que os dois grandes parques de obras federais em Pernambuco, a Transnordestina e a Transposição do Rio São Francisco, se encontram em ritmo lento e vão parar se alguma providência não for tomada.

Mas na própria região sertaneja do Vale do São Francisco, que tem como base principal o município de Petrolina, devem surgir boas notícias para o estado via iniciativa privada. Os produtores de frutas para exportação já festejam a subida do dólar que quase duplicou os rendimentos com as vendas para o Exterior.

Já no lado governamental, o estado anuncia um investimento de R$ 1,5 bilhão este ano, metade do que estava previsto no segundo semestre de 2014. O governador Paulo Câmara, porém, luta para conseguir do Governo Federal autorização para fazer novos empréstimos. Alega que o estado tem condições de fazê-lo, o que abriria perspectiva para atração de mais investimentos, capazes de superar em parte a crise já prevista no que se refere aos investimentos federais.

* A ex-deputada Terezinha Nunes (PSDB-PE) é presidente da Junta Comercial de Pernambuco (Jucepe)

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