Brasília (DF) – O Palácio do Planalto decidiu contestar ontem as declarações do ex-presidente da Petrobras José Sergio Gabrielli, que, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, publicada no último domingo, dividiu com a presidente Dilma Rousseff as responsabilidades pela compra da refinaria de Pasadena, no Texas.
Pessoas ligadas à presidente disseram que a responsabilidade da presidente Dilma, quando era presidente do Conselho de Administração da Petrobras, está descrita nas atas das reuniões do colegiado.
As informações são do jornal O Globo desta terça-feira (22).
De acordo com o governo, essas atas comprovariam que a compra dos primeiros 50% de Pasadena foi feita sem que o conselho conhecesse as cláusulas Marlim e “put option”.
E que o mesmo Conselho nunca autorizou a compra dos outros 50% das ações da refinaria. Essas atas, destacam assessores da presidente, foram assinadas por todos os integrantes do Conselho de Administração da Petrobras, incluindo Dilma e Gabrielli.
A cláusula “put option” obrigou a Petrobras a comprar a outra metade da refinaria de Pasadena em caso de discordância na sociedade, e a Marlim compensou a então sócia Astra por possíveis prejuízos.
As duas elevaram o valor pago pela Petrobras pela aquisição da refinaria americana.
Desde que a polêmica começou, Dilma tem ressaltado o fato de que nem a presidente da Petrobras, Graça Foster, nem Gabrielli e nem o ex-diretor da área internacional da Petrobras Nestor Cerveró desmentem a afirmação dela de que as informações sobre as cláusulas não estavam no sumário analisado pelo Conselho de Administração.
Ontem, o Palácio do Planalto insistiu nesse ponto para contestar as afirmações de Gabrielli.