Brasília – A Petrobras desistiu de vender a refinaria norte-americana de Pasadena (Texas), um dos negócios mais controversos da história da empresa. A operação, que será alvo de uma investigação do Tribunal de Contas da União (TCU), já rendeu à petrolífera prejuízos superiores a US$ 1 bilhão. A presidente da companhia, Graça Foster, afirmou nesta terça-feira (19) que planeja mais investimentos na refinaria, com a intenção de alcançar uma maior margem de lucro no momento da revenda.
Segundo o deputado federal Luiz Nishimori (PSDB-PR), a desistência revela uma falta de visão estratégica. “Ela [Graça Foster] se preocupa apenas em apagar o incêndio. Não é disso que a Petrobras precisa, e sim, de planejamento com metas a longo prazo”, pondera.
A situação de Pasadena foi denunciada pelo PSDB no seminário “ Recuperar a Petrobras é nosso desafio”, que reuniu lideranças da oposição e especialistas na área, no último dia 12, na Câmara dos Deputados. Na ocasião, o senador mineiro Aécio Neves (PSDB) definiu a aquisição da refinaria como mostra de uma “gestão extremamente condenável”. Opinião corroborada pelo também senador Alvaro Dias (PSDB-PR): “negócio absurdo”, resumiu. Um dos palestrantes no evento, engenheiro Wagner Freire, ex-diretor da empresa, considerou o negócio um grande equívoco.
Em 2006, a Petrobras adquiriu 50% da refinaria por US$ 360 milhões. Um ano antes, o mesmo percentual havia sido comprado pela belga Astra por US$ 42,5 milhões. Posteriormente, ambas as companhias tiveram uma disputa judicial. Por conta do litígio, a brasileira teve que desembolsar mais US$ 820,5 milhões para adquirir os 50% restantes.