Ao contrário do que dizia a oposição na época, em especial o PT, a Petrobras ganhou músculos com a transferência do monopólio do petróleo para a União, em novembro de 1995.
A estatal triplicou de valor, passando de R$ 19 bilhões, em 1999, para R$ 60 bilhões, em 2000 e seu lucro, em 2001, foi de US$ 9,867 bilhões.
Em agosto também de 2000, 320 mil pessoas investiram parte de seu dinheiro no FGTS em ações da Petrobras. O valor dessa operação foi estimado em US$ 1,5 bilhão.
A emenda constitucional no. 9, de novembro de 1995, permitiu à Petrobras formar “joint ventures” com multinacionais do petróleo que levariam o Brasil à descoberta das jazidas do pré-sal no campo de Tupi, em 2007, alardeada como conquista do PT pelo ex-presidente Lula.
A despeito da repetida acusação do PT de que o PSDB queria privatizar a Petrobras, em carta enviada ao presidente do Senado, José Sarney, em agosto de 1995, o então presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, assumiu o compromisso histórico de manter a Petrobras sob controle estatal.
Em agosto de 1997, a Petrobras anunciou que a quebra do monopólio atrairia investimentos externos de US$ 13 bilhões num prazo de três anos. E 60 empresas já negociavam parcerias com a estatal.
Em setembro daquele ano, o mercado financeiro elegeu a Petrobras como a estrela dos pregões. A estatal passou a despertar o interesse de investidores estrangeiros e de empresas dispostas a fechar parcerias milionárias.
Em 1997, cada lote de mil ações da Petrobras tinha um rendimento previsto de US$ 7,62. Para 1998, a previsão era de uma renda de US$ 11,98.
O Morgan Stanley e o Banco Garantia previam um lucro de US$ 25,27 em 1999.
E as reservas de 14 bilhões de barris, registradas em 1997, ainda podiam ser ampliadas. Quase 80 empresas estrangeiras estavam negociando parcerias e a Petrobras discutia 138 projetos de parceria em 20 bacias.
Em março de 1998, a Folha de S. Paulo anunciou que a União deveria arrecadar US$ 60 bilhões com a cobrança de taxas, royalties, e Imposto de Renda sobre a produção de petróleo no país nos próximos 18 anos.
Ao contrário do que alega o atual governo, o petróleo do pré-sal era conhecido da Petrobrás há mais de 50 anos.
Em Sergipe, ele já era extraído de campos terrestres da camada pré-sal, como ocorria no campo de Carmópolis, desde 1960.
Na bacia de Campos, descobriram-se vários campos na camada do pré-sal, já nos anos 70, como Badejo, Trilha e Enchova, situados em águas rasas.
O desafio estava na exploração do pré-sal nas áreas em que ocorriam os conhecidos óbices tecnológicos: elevada profundidade dos poços, grande espessura da camada de sal, alta pressão e temperatura.
Mesmo assim, em setembro de 1999, o presidente Fernando Henrique anunciou a descoberta de um campo gigante de petróleo na bacia de Santos.
Os cálculos preliminares indicavam que ele tinha uma reserva de 600 a 700 milhões de barris e óleo, avaliados em US$ 11 bilhões.
Em julho de 2000, a abertura do mercado havia atraído para o país bilhões de dólares em investimentos, dezenas de novas empresas, criado milhares de empregos e ainda prometia recuperar a indústria naval.
Em julho de 2001, a Petrobras anunciou a descoberta de 4 novas áreas de exploração de petróleo e gás nas bacias de Sergipe-Alagoas, Espírito Santo, Recôncavo Baiano e Potiguar.
Consórcio formado pela Shell, Petrobrás e Texaco descobriu, em dezembro de 2011, um campo de petróleo na bacia de Santos. A descoberta estava a 200 km da costa, em frente à Região dos Lagos. As reservas foram estimadas entre 300 milhões e 500 milhões barris de petróleo e tinham um valor entre US$ 600 milhões e US$ 1 bilhão.
No final de 2002, a Petrobras tinha um valor de mercado de US$ 15,4 bilhões. Estava aberto o caminho para a descoberta do pré-sal do campo de Tupi.