Brasília (DF) – A Polícia Federal (PF) indiciou nesta quinta-feira (15) o governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), e o empresário Marcelo Odebrecht na Operação Acrônimo, que investiga a liberação de financiamentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para a Odebrecht. O inquérito será encaminhado à Procuradoria-Geral da República (PGR), que decidirá se oferece mais esta denúncia contra o petista e o empreiteiro. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
De acordo com a reportagem, foram imputados os crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro a Pimentel, que foi ministro do Desenvolvimento do governo da ex-presidente Dilma Rousseff. Ao empreiteiro, a PF atribui prática de corrupção ativa.
O indiciamento do governador, que tem foro privilegiado, foi autorizado pelo ministro Herman Benjamin, do Superior Tribunal de Justiça (STJ). As investigações apontam que Pimentel recebeu vantagens indevidas para facilitar a liberação de financiamentos do BNDES a projetos da Odebrecht fora do país.
Segundo as investigações, a empreiteira teria sido beneficiada por US$ 3 milhões do BNDES para fazer os projetos do Porto Mariel, em Cuba, e também outros na República Dominicana, Panamá, Angola, Gana e México, em troca de pagamento de propina a um assessor do ministério da Fazenda.
O esquema de propina em troca de financiamentos do BNDES foi revelado pelo empresário Benedito Rodrigues de Oliveira, o Bené, em sua delação premiada. A partir disso, a PF reuniu provas dos crimes. O emissário de Bené, Pedro Augusto de Medeiros, também foi indiciado por corrupção passiva e outro empresário da Odebrecht, João Carlos Nogueira, por corrupção ativa.
Nesta quinta, a PF deflagrou a 8ª fase da Acrônimo, que novamente apura irregularidades na obtenção, pela Odebrecht, de recursos do BNDES. O objetivo da ação é recolher mais elementos que possam ajudar a esclarecer a atuação de uma organização criminosa especializada na obtenção de benefícios junto ao governo federal por meio de pagamento de vantagens indevidas a agentes públicos.
Ao todo, estão sendo cumpridos 20 mandados judiciais, sendo 11 conduções coercitivas e nove mandados de busca e apreensão no Distrito Federal, São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.
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