Kurzweil é dono do Ômega que teria transportado dólares doados ao PT
O Estado de S. Paulo (31 de janeiro) – Por determinação da CPI dos Bingos, a Polícia Federal intimou ontem o empresário Roberto Carlos Kurzweil a prestar depoimento amanhã. Kurzweil é dono do Ômega blindado que teria sido usado para transportar US$ 3 milhões supostamente doados por Cuba à campanha petista de 2002.
Ele foi ainda citado pelo advogado Rogério Buratti , em depoimento ao Ministério Público, como o intermediário da doação de R$ 1 milhão que teria sido feita por empresários de bingos ao então coordenador político da campanha de Luiz Inácio Lula da Silva, Antonio Palocci.
Em seu depoimento, na semana passada, o hoje ministro da Fazenda chamou de ¥fantasiosa¥ a denúncia sobre doações de Cuba. Negou, ainda, conhecer os empresários que, segundo Buratti (ex-assessor de Palocci), queriam trocar a doação pela legalização dos bingos.
Documentos da Junta Comercial de São Paulo mostram que Kurzweil é sócio dos empresários angolanos Artur José Valente de Oliveira Caio e José Paulo Cruz Figueiredo. É a segunda vez que o empresário é convocado pela CPI. Em novembro, o líder do PSDB, senador Arthur Virgílio (PSDB-AM), pediu seu comparecimento para falar sobre ¥doações clandestinas provenientes de Cuba¥.
No dia do depoimento, chegou à comissão um atestado médico dizendo que ele não poderia ir por causa de uma torção. O empresário obteve do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Nelson Jobim, liminar proibindo a comissão de examinar dados de seu sigilo bancário, fiscal e telefônico.
Jobim alegava que o fator determinante citado pela CPI não justificava a abertura das contas do empresário. Foi então aprovado, por unanimidade, requerimento do senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT) quebrando novamente o seu sigilo. Além de Kurzweil, também serão ouvidos amanhã dois empresários do ramo de jogos: Messias Antonio Ribeiro, ex-sócio de Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, e Carlos Roberto Martins, dono de bingos em Goiânia