O Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou a Polícia Federal a deflagrar uma operação nesta quarta-feira, 25, que levou a prisão do senador Delcídio do Amaral (PT-MS), líder do governo no Senado, investigado pela Operação Lava Jato. O parlamentar teria sido flagrado na tentativa de prejudicar as investigações contra ele, em uma tentativa de destruir provas contra ele.
Também foram presos o banqueiro André Esteves, presidente do BTG Pactual, e Diogo Ferreira, chefe de gabinete do Delcidio do Amaral, e o advogado Edson Siqueira Ribeiro Filho, que defende o ex-diretor da área Internacional da Petrobrás Nestor Cerveró, preso na Lava Jato desde o ano passado.
Esta é a primeira vez que um senador com mandato em exercício é preso.
A prisão do senador Delcídio do Amaral foi motivada pela tentativa de evitar que o ex-diretor da Petrobrás Nestor Cerveró (Internacional) mencionasse ambos em sua delação premiada. Uma conversa do petista foi interceptada pela Polícia Federal. No áudio, ele faria propostas para pessoa do entorno de Cerveró com o objetivo de que seu nome e o de Esteves não aparecessem na delação premiada do ex-diretor. No áudio, Delcídio oferece rotas de fuga para Cerveró. O ex-diretor está preso em Curitiba, base da Lava Jato, desde janeiro deste ano.
Em reunião da Turma do Supremo Tribunal Federal que toma as decisões sobre a Operação Lava Jato, o ministro Teori Zavascki disse que o senador Delcídio Amaral prometeu interceder junto a Corte para libertar o ex-diretor da área Internacional da Petrobrás Nestor Cerveró. O ministro relatou ainda uma ‘atuação concreta e intensa’ de Delcídio e André Esteves, presos nesta quarta-feira, 25, para evitar a delação de Cerveró.
Nestor Cerveró está preso desde janeiro deste ano. Ele já foi condenado na Lava Jato por corrupção e lavagem de dinheiro.
Após a prisão do senador Delcídio Amaral, o Palácio do Planalto e o PT já começam a discutir um nome para substituí-lo na liderança do governo no Senado. Ainda atônitos com o que ocorreu, os senadores do PT se reúnem nesta manhã para avaliar a situação do correligionário. A prisão de Delcídio acontece num dia importante para o governo, que esperava votar nesta quarta-feira, 25, o projeto de alteração da meta fiscal. O mais provável, diante do clima de estabilidade, é que a sessão do Congresso seja adiada.
- Informações do Estadão OnLine