A história mundial nos reserva hoje – 26 de janeiro – a lembrança de que há 514 anos aportou sobre nossas terras o navegador espanhol Vicente Yáñez Pinzón.
Não quero aqui afirmar que ele foi o descobridor do Brasil, até porque o próprio Pinzón, que era tido com um profundo conhecedor dos mares, já naquela época, reconhecia que o local que chegou, as terras de Santa Maria de La Consolación, pela posição geográfica, pertencia a área de Portugal pelo Tratado de Tordesilhas. E também não é intenção minha “dar aula” de história.
Mas me parece necessário recordar que há 14 anos tivemos aqui na nossa cidade uma grande festa que marcava as comemorações dos 500 anos de descobrimento do Brasil e que acolhemos uma comitiva de “novos irmãos”: o prefeito, vereadores, e moradores da terra natal de Pinzón, Palos de La Frontera, no sudoeste da Espanha, na província de Huelva, comunidade autônoma da Andaluzia.
A nossa cidade teve o reconhecimento formal e oficial por parte dos espanhóis de que o “rostro hermoso”, o cabo avistado da caravela “La Niña” pela esquadra do intrépido navegador Pinzón, era o que hoje compreende a costa litorânea do nosso município, nas imediações de Suape.
Isso é fato e registrado em documentos históricos. E a tudo isso, foi efetivado o chamado “Termo de Hermanamiento” (Termo de Irmanamento) entre a nossa cidade de Cabo de Santo Agostinho e a terra natal de Pinzón — Palos de La Frontera, na província de Huelva (Sevilha).
Todas estas conquistas se deram durante a gestão do então prefeito Elias Gomes, que um ano antes, em 19 de novembro de 1999, foi até Palos celebrar os 500 anos da partida de Pinzón com destino as nossas terras.
Foram efetivadas várias parcerias, onde se previa uma série de convênios culturais, esportivos, entre outras ações. Fincaram-se aqui em nosso município uma série de monumentos que davam sinal claro dos entendimentos e congraçamento com os nossos irmãos espanhóis.
Faço valer a lembrança de que inauguramos vários monumentos, dentre os quais, um busto de Pinzón em tamanho natural, confeccionado por um dos principais escultores do País, o pernambucano Abelardo da Hora. Isso se deu num do eventos que era chamado “Festival Pinzón”, de 2002, na antiga praça da estação.
Na ocasião, o grande Abelardo dizia à imprensa: “Agora, sou cúmplice dessa versão (da História) que eu conheci desde menino. Espero que meu trabalho possa ajudar a tornar essa história mais conhecida pelo nosso povo”.
E já há alguns anos, este patrimônio do povo cabense e por assim dizer da humanidade, foi retirado do local e hoje praticamente não se tem notícia do paradeiro dessa imponente e histórica obra, que mais uma vez, repito: pertence ao povo do Cabo de Santo Agostinho.
Betinho Gomes é deputado estadual do PSDB-PE