Brasília (DF) – A Polícia Federal realizou, na manhã desta terça-feira (27), buscas para investigar empresas contratadas pela campanha de 2014 da ex-presidente Dilma Rousseff. Entre os principais alvos estão as gráficas Focal Confecção e Comunicação, VTPB Serviços Gráficos e Rede Seg Gráfica. De acordo com as investigações, as empresas não teriam prestado os serviços para que foram contratadas. As buscas são resultado de uma ação apresentada pelo PSDB ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que pedia a cassação da chapa de Dilma Rousseff.
Segundo reportagem publicada pelo portal de notícias G1, o objetivo da PF é verificar se as empresas realmente tinham capacidade operacional para entregar os produtos. Foram realizadas buscas em cerca de 20 locais, em São Paulo, Minas Gerais e Santa Catarina. Além de 50 policiais federais, analistas do TSE também participam da ação.
Expedidos pelo ministro Herman Benjamin, relator do processo no TSE, os mandados judiciais incluem autorização para a quebra dos sigilos fiscais de 15 empresas e pessoas que “demonstraram maiores indícios de irregularidades nos dispêndios eleitorais”. Pessoas envolvidas com as empresas também poderão prestar depoimentos, se necessário. A diligência, no entanto, é limitada à questão eleitoral, excluindo das buscas provas sobre irregularidades financeiras ou tributárias, que deverão ser objeto de outra ação, no âmbito criminal.
No começo de dezembro, um relatório elaborado pelo TSE destacou que o Ministério Público e a PF viram indícios de fraude e desvio de recursos na campanha de Dilma. A análise levou em conta dados obtidos na quebra de sigilo bancário de gráficas apontadas pela chapa como prestadoras de serviços. Para os peritos, a suspeita é que os recursos pagos teriam sido “desviados e direcionados ao enriquecimento sem causa de pessoas físicas e jurídicas diversas para benefício próprio”.
Vale lembrar que a ação do PSDB foi protocolada logo após as eleições de 2014, apontando abuso de poder político e econômico por parte de Dilma Rousseff durante a disputa à Presidência. A principal acusação é que a campanha da petista teria sido abastecida com dinheiro de propina desviado da Petrobras.