Artigo de Sérgio Guerra, presidente nacional do PSDB, publicado na Folha de Pernambuco na última sexta-feira, 14.
Sérgio Guerra
Presidente Nacional do PSDB
Estou entre aqueles que esperam que a justiça seja feita no caso do julgamento do mensalão do PT. Quem for culpado, prisão. Aos inocentes, a absolvição. O povo sabe que não é bom prejulgar ou torcer para que todos, independente de culpa, acabem na cadeia. O caso é de esperar que os juízes do Supremo Tribunal Federal separem a maçã boa da ruim.
Até aqui, os homens que usam a toga têm feito sua parte. Eles têm apresentado provas contra cada acusado de praticar malfeitos. E fazem de forma dura, mas em clima de tranquilidade, para que todos compreendam que não se trata de um massacre, ou de um linchamento, mas sim de justiça em plena democracia.
Mas o que o Supremo Tribunal está dizendo, naquele palavreado difícil, é uma coisa muito simples e de fácil entendimento: o político tem que ser honesto. Não cabe mais políticos, como aqueles réus do mensalão do PT, que não honram o que prometeram ao eleitor.
A pessoa que vota tem que ser respeitada, e a melhor maneira de um político empreender isso, implica em agir de forma honesta e responsável e, acima de tudo, com espírito público. O Brasil não pode conviver com bandidos de mandato.
O que fica claro, a partir do julgamento do mensalão do PT, é que aqueles que assaltaram os cofres públicos não estavam nem aí. O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, mostrou o que cada um dos 37 réus fez. Calcula-se que mais de R$ 100 milhões foram desviados de órgão públicos. É muito dinheiro.
Imagine se essa dinheirama fosse usada para o bem do povo e não para o projeto do PT de se perpetuar no poder. Quantas escolas, hospitais, estradas, casas populares poderiam ser feitas?
Foi muito feio o que fizeram com o dinheiro do povo. Houve ainda a desculpa que se tratava de caixa dois, mas os juízes do Supremo estão provando que foi tudo mesmo mensalão. Não há mais como negar. O procurador Roberto Gurgel disse e os juízes estão provando que o mensalão do PT foi o maior escândalo de corrupção política da história do país.
Com equilíbrio, avalio que o recado que tem dado o Supremo Tribunal, durante o julgamento do mensalão do PT, é que acabou aquela história de que só pobre vai para cadeia. Basta lembrar que o petista João Paulo Cunha, ex-presidente da Câmara dos Deputados, foi condenado por corrupção passiva, peculato e lavagem de dinheiro. Henrique Pizzolato, que mandava em uma diretoria do Banco do Brasil e que desviava dinheiro para o PT, foi condenado por unanimidade pelos mesmos crimes.
Vejam bem o caso do Banco Rural. O banco emprestou mais de 30 milhões de reais ao PT, através da intermediação do publicitário Marcos Valério. E não pediu qualquer garantia. Segundo o ministro Ricardo Lewandowski se tratou de um negócio de pai para filho. O PT levou o dinheiro e depois foi arrumar uma maneira de salvar o prejuízo. Fazia lobby dentro do Banco Central para ganhar quase 100 milhões com a liquidação de um banco pernambucano, o Banco Mercantil. O Rural emprestava com um mão para o PT e recebia pelo menos três vezes mais do governo. Os banqueiros, homens com muito dinheiro, também serão condenados.
Como se pode observar, com calma, o país está mesmo mudando. O Brasil não pode mais ser chamado de país da impunidade. Aqui não é o paraíso da corrupção como pensavam alguns. A nação exige dirigentes honestos e o povo, que é sábio, já percebeu que é preciso separar o joio do trigo. Política tem que ser profissão de gente honesta.