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“Porque falar de Liberalismo?”, por Daniel Coelho

Temos intensificado postagens sobre Liberalismo e seus pensadores como Adam Smith, Mises e Friedman. Isso tem gerado curiosidade em alguns, portanto queria fazer com vocês uma reflexão sobre a importância de debatermos o tema.

Quando as monarquias absolutistas estavam em cheque na Europa, duas correntes ideológicas, o socialismo e o liberalismo, produziram alternativas ao regime político onde um rei ou rainha tudo podiam, decidindo ao seu prazer sobre qualquer assunto.

O socialismo apareceu defendendo o controle do Estado sobre os meios de produção, as ditaduras do proletariado, baseadas na tese da luta de classes, onde trabalhadores e empreendedores são inimigos. Na busca da igualdade, o socialismo defende a eliminação da classe burguesa e empresarial, que, substituída pelo Estado, traria justiça social.

Esse sistema foi implementado em países como Rússia, Albânia, Cuba, Coreia do Norte, China, entre outros. Em todos eles, o fruto foi pobreza, subdesenvolvimento, restrição às liberdades individuais, perseguição a gays e a todos aqueles que não se enquadravam no perfil do “homem ideal” da revolução socialista. O resultado era sempre o mesmo: a formação de ditaduras sangrentas com perseguição e morte para todos os que discordassem.

Por outro lado, o liberalismo, que defende o indivíduo e não o Estado, semeou a democracia, a tolerância, trouxe riqueza, conhecimento e qualidade de vida. Defendendo as liberdades econômicas e individuais, o liberalismo incentiva a inovação e o empreendedorismo, reconhecendo que o Estado é ineficiente e acredita no cidadão responsável como vetor das grandes mudanças.

O liberalismo não é ausência do Estado, mas redefinição do seu papel, entendendo que educação, saúde e segurança devem ser suas prioridades. Nações que se formaram nos conceitos do liberalismo, como os Estados Unidos, Reino Unido e mais recentemente Japão e Coreia do Sul, atingiram alto grau de IDH e qualidade de vida para seus cidadãos, com democracias sólidas e duradouras.

Mesmo com essa evidente vitória dos resultados do liberalismo, comprovada pela história, o Brasil continua a insistir em um modelo estatizante, intervencionista, além de defender um socialismo utópico que deu errado em todo o mundo. Por isso, tenho clareza de que esse debate conceitual é muito importante para mudarmos o país.

No Brasil, a busca desse Estado que procura solucionar todos os problemas resulta em altos impostos, com a justificativa fracassada de que um Estado forte pode combater as desigualdades sociais. Na prática, o desequilíbrio só tem aumentado, pois os corporativismos criaram privilégios na política, no Judiciário e para algumas atividades econômicas, condenando a maioria dos brasileiros à pobreza.

O tema pode ser árido e nem sempre popular, mas percebendo no Congresso Nacional a ausência de coragem para debater com profundidade esse assunto, decidimos trazer à tona essa discussão. E o fazemos defendendo a diminuição dos custos do Estado, a começar pela comissão especial à qual faço parte, que busca limitar os gastos do Congresso Nacional, assembleias legislativas e câmaras municipais. Queremos reconstruir conceitos em nosso país.

Não acho que o liberalismo deve ser seguido como religião, sem críticas e reflexões. Reconheço que alguns países já fizeram ajustes aos seus conceitos, como ocorreu nas sociais democracias europeias, em alguns casos com sucesso e em outros nem tanto. Porém, para o caso brasileiro, fica clara a necessidade de um choque de liberalismo, com uma redução do tamanho do Estado e enfrentamento ideológico às teses fracassadas do socialismo embutidas no consciente coletivo de nosso povo.

*Deputado federal do PSDB de Pernambuco

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